Engrenagem viva
Viagem curta, com direito a reflexão longa
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Viajei para São Paulo porque queria arejar a cabeça. Achei que um fim de semana em outra cidade seria perfeito. E é mesmo. Eu adoro São Paulo. As luzes, o movimento, a sensação de que tudo está acontecendo ao mesmo tempo e que, de algum jeito, eu também faço parte dessa engrenagem viva. Caminhei sem pressa, provei comidas diferentes, observei rostos desconhecidos e me perdi um pouco de propósito, só para encontrar novos caminhos.
Mas agora, enquanto me recupero do cansaço do dia e deixo as memórias se ajeitarem na cabeça, começo a pensar que essas viagens curtas são um prazer imenso, mas não são a única forma de respirar. Há uma beleza silenciosa nos dias comuns, naqueles em que a rotina parece querer nos engolir.
Talvez porque, nesses dias, a gente se obriga a encontrar pequenas pausas no meio do caos. Um café tomado devagar antes de começar o trabalho. Uma conversa rápida, mas sincera, com alguém que cruza nosso caminho. A sensação boa de voltar para casa e se deitar na própria cama.
Viajar é lindo porque quebra o ritmo. Mas viver o dia a dia com olhos atentos também é. E talvez a verdadeira arte seja essa: descobrir que nem sempre é preciso ir longe para se sentir em outro lugar. Às vezes, basta mudar o jeito de olhar para o que já está aqui.