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Vale uma risada

Viagem de volta ao futuro indica que nem todo avanço é progresso

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@donairene13 - Foto Francisco Filipino

Ontem eu estava ouvindo um podcast de humor enquanto treinava na academia. É uma experiência curiosa, quase contraditória, rir enquanto o corpo faz esforço. Mas confesso que gosto. De alguma forma, o riso parece aliviar o peso das repetições, o suor, o cansaço. Rir e suar ao mesmo tempo me pareceu uma metáfora boa pra vida: rir mesmo quando algo exige esforço.

No episódio que eu estava ouvindo, duas pessoas discutiam animadamente sobre o que fariam se pudessem viajar no tempo. Especulavam sobre as vantagens que poderiam ter caso voltassem ao passado com o conhecimento que têm hoje. Um deles falava em ganhar dinheiro ensinando conceitos científicos e seria considerado um gênio. Eu ouvia e pensava: e se fosse eu a viajante no tempo?

Acho que eu não gostaria de levar nada daqui pra uma época passada. Nenhum manual, nenhuma tecnologia, nenhuma prova do futuro. Talvez preferisse apenas viver lá por um tempo, observar, experimentar a vida como ela era: sem tantas urgências, sem tantas telas, sem tanta informação. E, quem sabe, voltar ao presente trazendo alguma coisa de lá. Não um objeto, mas um costume, um modo de viver, alguma simplicidade que o tempo tratou de apagar.

A gente costuma pensar que vive no auge da evolução da arte, da ciência, do pensamento, da tecnologia. Mas às vezes me pergunto se toda mudança é mesmo um avanço. Talvez tenhamos perdido, no meio desse progresso todo, uma parte essencial da experiência humana.

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