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Cecília e o queijo

Virgem aos 30, pum fedido e barriga de grávida

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Reprodução das Redes Sociais/PNGWing

Cecília, aos 30, continuava solteira e nem lhe passava pela cabeça se casar. Não que lhe faltassem pretendentes, que eram muitos. Afinal, tamanha beleza não poderia mesmo passar despercebida. Que mulherão!

Apaixonada pela vida e pela própria imagem refletida no espelho, Cecília, até de chinelo de dedo, desfilava pelo bairro Menino Deus com a desenvoltura de uma modelo na passarela em Paris, apesar de nunca ter ido além de Viamão.

Mas não pense você que não lhe faltassem carnes, pois aquele corpo era uma fartura de curvas sinuosas e, caso o piloto não ficasse atento, acabava derrapando e dando com a fuça no guard-rail.

Apesar de tanto glamour, o que se conta à boca pequena por aqui é que a moça acabou se engraçando com um mineirinho de Visconde do Rio Branco. De tão apaixonada ficou, trocou a costela assada pelo queijo por um mês inteirinho. Pois é! E, para piorar, nem era fevereiro, mas desses quase infinitos que nem agosto.

Para encurtar a história, parece que o intestino da mulher parou de funcionar regularmente. Isso mesmo! Cecília ficou entupida! Enquanto o queijo entrava por cima, nada saía por baixo. É verdade que os gases, até mesmo por sua fluidez, encontravam brechas para, vez ou outra, empestear o ambiente. Por conta disso, o namorado, que possuía alergia a odores diferentes dos de rosas, voltou para a cidade natal. Dizem que não avisou, saiu de mansinho e nem bilhete de despedida deixou. Um cafajeste!

Mas deixemos o traste de lado e voltemos à linda Cecília. Ela já não ia ao banheiro há quase uma semana. Tanto é que, não raro, alguém lhe parabenizava pelo bebê que estava por vir. Que bebê? Não existia bebê! Pobre mulher! Além das dores que estava sentindo, os fofoqueiros de plantão não a poupavam de anedotas.

Cecília já estava desesperada com a situação. Até pensou em ir ao hospital para dar cabo daquela situação, quando, por um desses acasos da vida que só acontecem em Porto Alegre, eis que ela conheceu uma senhora especialista em fazer o número dois. E isso aconteceu justamente ali na esquina da Marcílio Dias com a Getúlio.

– Guria, se isso não for gravidez avançada, é melhor tomar um chá dessas ervas aqui.

Sem ter para onde correr, Cecília aceitou a sugestão. Correu para casa, fez quase um balde de chá com as tais ervas. Não tardou, foi aquele alívio. Tanto é que, no dia seguinte, ao encontrar a especialista, houve o seguinte interlúdio, tão peculiar aos gaúchos.

– Tô vendo, pela cinturinha, que funcionou.

– Ah, não sei como agradecê-la, senhora! Finalmente fui aos pés!

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