Curta nossa página


Novo golpe

Velhas vivandeiras trocam quarteis por tribunais

Publicado

Autor/Imagem:


José Escarlate

Futuro presidente da República, Sarney, aos 25 anos, é eleito deputado federal. Estreante, para ele, chegando do Maranhão, o Palácio Tiradentes no Rio era o topo do mundo.

Afinal, ali estavam homens pelos quais tinha admiração: Gustavo Capanema, Lúcio Bittencourt, Tristão da Cunha, Vieira de Melo, Artur Bernardes, Menotti del Picchia, Mário Palmério, Luís Viana Filho e outros mais.

Eleito pelo velho PSD, de Vitorino Freire, contrário a ele, Sarney logo passa para a UDN, dona de uma das mais brilhantes bancadas do Congresso Nacional. A famosa “Banda de Música”, que reunia gente de talento como Aliomar Baleeiro, Adauto Lúcio Cardoso, Bilac Pinto, Prado Kelly, Afonso Arinos, Milton Campos, Pedro Aleixo e Carlos Lacerda.

Com a aprovação da maioria e considerado elemento de renovação, José Sarney é eleito para uma das vice-lideranças.

A tão falada Banda de Música da UDN – o nome foi dado pela imprensa – era o destaque da oposição aos governos de Getúlio Vargas, JK e João Goulart.

Formada por um grupo de deputados do partido, seus membros sentavam-se na primeira fila do plenário, como uma orquestra nos teatros, ocupando assiduamente a tribuna, com discursos inflamados.

Para muitos eram chamados de “vivandeiras dos quartéis”. Abordavam chefes militares tramando o golpe que lhes compensasse as perdas sucessivas nas urnas.

Hoje, o barulho é diferente. O discurso agora sofre de anemia crônica. Tanto na forma quanto no conteúdo. Ao invés dos quartéis, elas, as vivandeiras, marcam presença nos tribunais superiores atrás do golpe jurídico.

PV

Comentar

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência Estadão, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.