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Cesare Battisti, o fugitivo

Você viu esse cara por aí? Ligue para a polícia. Ele é procurado

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Autor/Imagem:
Paulo Roberto Neto e Fausto Macedo

A Polícia Federal (PF) elaborou retratos com possibilidades de disfarce que poderiam ser utilizadas pelo italiano Cesare Battisti, condenado no seu país por quatro assassinatos nos anos 1970. Na ultima quinta, 13, o ministro Luiz Fux revogou liminar que concedia habeas corpus a Battisti, determinou sua prisão cautelar e abriu caminho para a extradição, decretada no dia seguinte pelo presidente Michel Temer (MDB).

Técnicos da Polícia Federal simulam pelo menos 20 mudanças que o italiano pode ter feito, como bigode e barba postiços, chapéus e óculos. A estratégia pode ser usada para garantir que Battisti passe despercebido em grandes centros urbanos sem ser reconhecido ou consiga atravessar fronteiras e deixar o País. Há também um canal de denúncias anônimas pelo telefone (61) 2024-9180.

O italiano ainda não foi localizado pela Polícia Federal. Segundo as autoridades, Battisti está em ‘local incerto e não sabido’ e é considerado foragido. No momento, há uma investigação em andamento para localizar Battisti.

O criminalista Igor Igor Tamasauskas, que defende Battisti, informou na última sexta, 14, que não conseguiu contato com o italiano após a decisão do ministro do Supremo. A última vez que conversaram, segundo o defensor, foi ‘no começo do mês ou fim do mês passado’, e que ambos só se falavam ‘quando havia necessidade’.

Ao assinar a extradição, Temer revogou decisão do ex-presidente Lula, que negou a entrega de Battisti às autoridades italianas no último dia de seu governo, em 2010.

No ano passado, o país europeu pediu que ao presidente que revisasse a decisão do petista, o que levou a defesa a pedir um habeas corpus preventivo ao Supremo. O recurso foi atendido pelo ministro Luiz Fux, mas foi revogado por ele mesmo na quinta passada.

Durante a campanha, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que extraditaria imediatamente Battisti. Após a decisão de Temer, Bolsonaro comentou no Twitter declaração do vice-primeiro ministro da Itália Matteo Salvini, que havia criticado o fato de um condenado poder aproveitar as praias do Brasil e pedia a ajuda do presidente eleito para a extradição de Battisti.

Na cidade de Cananéia, no litoral de São Paulo, onde Battisti morava desde 2010, vizinhos disseram que não veem o italiano há mais de um mês. Jornalistas da Itália estiveram na cidade nos últimos dias para acompanhar o caso e, em entrevista concedida à imprensa italiana no mês passado, Battisti afirmou não ter planos de deixar o país.

O italiano, de 63 anos, integrou nos anos 1970 um grupo armado de esquerda na Itália e foi condenado à prisão perpétua por homicídios. Ele fugiu do país europeu e foi preso em 2007 no Rio de Janeiro. O então ministro da Justiça do Brasil, Tarso Genro, concedeu a Battisti o status de refugiado político, decisão muito criticada na Itália.

Battisti também é procurado pela Interpol, no Brasil representada pela Polícia Federal pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

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