Companheiro de estrada
Zé Geraldo chegou pela porta da literatura e janela da música… e ficou
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Aprendi a gostar do cantor Zé Geraldo graças ao meu marido, o escritor Eduardo Martínez. Ele é um grande fã e fez questão de me apresentar suas músicas desde o início da nossa convivência. A trilha sonora das nossas viagens de carro invariavelmente passa pelas canções dele, e, com o tempo, fui me deixando envolver por aquela mistura de poesia, crítica social e melodia que só o Zé Geraldo sabe fazer. Hoje, já não consigo imaginar uma estrada sem sua voz acompanhando a paisagem.
A ligação do meu marido com Zé Geraldo vai além da admiração de fã: o cantor é personagem do primeiro livro de autoria dele, o romance Despido de ilusões, lançado em 2004. Sempre achei bonito esse gesto, como se fosse uma homenagem ao artista que marcou sua vida e, de quebra, também a minha. O Zé entrou na nossa história pela porta da literatura e pela janela da música, e acabou ficando de vez.
Na nossa última viagem de carro, só deu Zé Geraldo. Cantamos juntos, rimos das letras mais conhecidas e descobrimos novas nuances nas músicas que já ouvimos tantas vezes. Também já tivemos a oportunidade de assistir a um show dele juntos, em Brasília, uma experiência intensa e emocionante. Ver ao vivo aquele artista que, de certa forma, já faz parte da nossa família musical foi um presente. Hoje, posso dizer com tranquilidade: Zé Geraldo é mais um elo que me une ao meu marido e também à estrada que tanto gostamos de percorrer juntos.