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Bessa usa prestígio para deixar Xavier chefiando a polícia

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O delegado Laerte Bessa está de volta à Câmara dos Deputados após amargar quatro anos de ostracismo. Eleito pelo PR que fez campanha para o correligionário Jofran Frejat em detrimento de Rodrigo Rollemberg (PSB), nem por isso ele deixará de ser agraciado com cargos no futuro governo.

A maior conquista do grupo que manda na Polícia Civil desde o último governo de Joaquim Roriz, é a permanência do seu afilhado Jorge Xavier no comando da Instituição. O martelo foi batido. E de nada adiantou a lista tríplice elaborada pela Associação dos Delegados de Polícia como sugestão ao governador.

Para manter o poder, Bessa contou com uma verdadeira rede de informações e intrigas. Recorreu ao seu prestígio junto a Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, e deu as mãos ao ainda vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), que usou de sua influência junto ao vice-presidente reeleito Michel Temer. No frigir dos ovos, foi acionada a Secretaria de Segurança Nacional. E em nome da paz no quintal da presidente Dilma Rousseff, o governador eleito Rodrigo Rollemberg parece ter engolido o sapo.

Bessa não só mantém Xavier no comando da Polícia Civil, como também garante que os cargos estratégicos dentro da corporação estarão entregues a seus apadrinhados. Silvério Moita, um velho sustentáculo do PMDB, ficará como diretor de Administração Geral; será assessorado diretamente na área financeira pelo agente Cleone Rocha. Tudo com a bênção de Benito Tiezzi, que já passou pelo Conselho Nacional dos Chefes de Polícia e que tem em Laerte Bessa seu eterno líder.

No último mandato de Bessa, o delegado Moita esteve lotado no gabinete do Anexo IV da Câmara dos Deputados. A mesa era dividida, em horários alternados, com Benito Tiezzi. Também por lá sentava, na condição de secretário parlamentar, Cleone Rocha.

Enquanto o deputado eleito Laerte Bessa comemora a permanência de uma gestão na polícia da capital da República que não soube conter os elevados índices de criminalidade, o campeão de votos Alberto Fraga (DEM) sinaliza a intenção de emplacar o comandante-geral da Polícia Militar.

Fraga, coronel da reserva, avalia que se um outro adversário de Rollemberg vai mandar na Polícia Civil, por que ele não pode ter ingerência na polícia que usa farda? Resta saber se o coronel Rogério Leão, chefe da Casa Militar de Agnelo Queiroz (PT), aceitará a influência de Fraga na caserna que ele se costumou, como feitor, a fazer de senzala.

O quadro que se delineia para as polícias Civil e Militar é esse. As manobras por baixo do pano foram muitas. Agiram na moita. Fica a dúvida se Rodrigo Rollemberg, um verdadeiro túmulo quando o assunto é a área de segurança, se submeterá a pressões e entregará a polícia a aliados de Roriz e Arruda, ou se, coerente, acatará a lista tríplice que tem os nomes de Éric Sebba, Maurílio Rocha e João Carlos Lóssio.

Como bem lembrou um atento observador de todo esse imbróglio, o tempo urge. E o governador não pode deixar que a polícia continue ao Deus dará.

Publicado originalmente em naredecomjoseseabra.com.br

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