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Hipocrisia política ressurge no auge das campanhas eleitorais

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Gostaria de acrescentar minha voz ao coro das pessoas com liberdade de pensamento, que não se deixam levar por tradições culturais que imponham valores morais e sociais considerados absolutos. Vladimir Safatle (“Bem vindo ao século 19”, Folha, 26/8), retomando a crítica ao conservadorismo do colega Gregório Duvivier, escreve sobre o silêncio covarde dos políticos que, para não perder votos de gente religiosa, em suas campanhas eleitorais não enfrentam problemas polêmicos, como o uso de anticonceptivos, planejamento familiar, descriminação do aborto, homo afetividade, eutanásia, entre outros.

A hipocrisia está no fato de que essas práticas, condenadas por ideologias, persistem na vida cotidiana. Todas as religiões consideram (nunca entendi por que!) pecado mortal o prazer sexual fora do casamento, mas as igrejas são constantemente freqüentadas por casais adúlteros, divorciados, sodomitas ou por jovens que fazem amor sem assumir o compromisso matrimonial. O que dizer, então, da corrupção governamental?

Na propaganda eleitoral todos são contra a corrupção, mas no exercício do poder é difícil encontrar um político impoluto, pois, quem não é corrupto, é conivente ou omisso. E o povo continua reelegendo os que se enriquecem às custas do dinheiro público.

Na verdade, parece que o conceito de moral no Brasil está retrocedendo, em lugar de avançar, como requeria o evolucionismo humano. Que saudade da moral do movimento hippie dos anos sessenta, que apregoava a afirmação dos valores individuais, ao mesmo tempo em que impunha o respeito ao próximo: “Façam amor, não façam guerras nem crianças” (não tendo condições de educá-las com dignidade); “Minha liberdade termina onde começa a sua”.  Nenhuma democracia se sustenta com base numa sociedade hipócrita.

Salvatore D’ Onofrio

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