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Xeque-mate

Trump despenca a 17% com tarifaço e Lula volta a ser bem visto pelo eleitor brasileiro

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Marta Nobre - Foto Produção Irene Araújo/IA

Na manhã abafada desta quarta-feira, 16, em Washington, Donald Trump, entre um copo de Diet Coke e outro, se perguntava onde havia errado. O homem que um dia prometeu “Make America Great Again” agora vê sua aprovação descer ladeira abaixo como um carrinho desgovernado na Lombard Street de San Francisco. Apenas 17% dos americanos ainda dizem confiar nele. É um número mais baixo do que a temperatura no Alasca em janeiro e, dizem os jornais, o pior da história presidencial.

O estopim? Um tarifaço de 50% sobre todos os produtos brasileiros. Um gesto intempestivo, quase pessoal, como se o magnata laranja estivesse tentando punir Lula por um crime de popularidade. Trump achava que protegeria os fazendeiros americanos, mas acabou comprando briga com toda a cadeia produtiva e, ironicamente, com os próprios consumidores que agora pagarão mais caro o café da manhã.

Enquanto isso, do outro lado do continente, o cenário é outro. Em Brasília, Lula, de camisa branca e semblante tranquilo, tomou café com tapioca e dizia aos assessores: “Deixem falar, o povo sabe onde está o Brasil verdadeiro.” E o povo, de fato, parecia saber. Nas ruas do Recife, em praças de Porto Alegre, nas quebradas da Zona Leste, ouvia-se um murmúrio que virava grito: “Esse sim tá do nosso lado.”

As pesquisas, que têm ouvidos afiados para ventos eleitorais, confirmam o que se dizia nas feiras e nas filas do SUS: a imagem de Lula volta a reluzir. Não como um retorno triunfal, mas como o reencontro de um velho conhecido com o carinho do povo. A narrativa é potente: enquanto Trump joga o tabuleiro do comércio mundial para o alto, Lula costura acordos, mercados e simpatias. O golpe de mestre foi uma fala no Mercosul: “Não queremos guerra comercial. Queremos pão na mesa e paz no mundo.”

Trump, por sua vez, tenta reagir, agora com lives de uma hora no Truth Social, prometendo cortar ainda mais impostos (para bilionários, claro) e jurando que “Lula vai pagar por isso”. Mas a verdade é que, se alguém está pagando, é ele mesmo. Em números, em risos, em charges impiedosas.

E como a história adora ironias, o tarifaço que pretendia enfraquecer o Brasil acabou fortalecendo Lula. Em 2026, o nome do ex-metalúrgico aparece entre os favoritos. Já Trump… bem, talvez o vejamos em 2028 vendendo livros de autoajuda com o título “Como perder tudo em um mandato e ainda culpar os outros”.

Porque, no fim das contas, quem tarifa com o fígado acaba taxado pela história. E levando xeque-mate no emaranhado tabuleiro do jogo político.

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Marta Nobre é Editora Executiva de Notibras

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