Travessias
A cidade é para todos mesmo?
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Era um mar de gente.
Léguas e mais léguas
de pessoas em ágeis correrias.
Eu ali, rolando a minha cadeira
em ondas, mergulhado em dúvidas.
Pra lá ou pra cá?
Direita ou Esquerda!?!
Melhor é seguir reto!
pensava eu, no meio da avenida.
Eu ia em direção ao shopping
em Travessias mal delineadas
A minha cadeira, potente, não conseguia
um fácil trânsito, obstáculos urbanísticos
á toda hora me impedia a livre circulação.
DESENHO UNIVERSAL
(conceito de inclusão) foi ignorado no planejamento da minha cidade.
Alguns cidadãos foram excluídos nas
decisões corporativas.
O prefeito, pessoa gentil, não visualizou
o futuro do cidadão com deficiência. Falhou em ato antidemocrático, afinal a CIDADE É PRA TODOS e concedeu alvarás a edificações sem o Desenho Universal.
Hoje na cidade SORRISO, nem todos sorriem, muitos
prédios não são acessíveis.
Insensíveis, as autoridades se calam
frente ao erro cometido.
Nós, cidadãos com deficiência, vemos
o nosso direito cassado
Precisamos de rampas e elevadores
para já, para acessar o nosso bem-estar.
Consultórios médicos, dentistas e restaurantes ficaram inacessíveis em prédios sem acessibilidade.
Quero a minha CIDADANIA de volta.
Exigimos coletivamente.