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Marina Dutra

A Epidemia da Solidão no Mundo Moderno

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Autor/Imagem:
Marina Dutra - Foto Francisco Filipino

A OMS declarou a solidão como uma ameaça global à saúde, equiparando seu impacto a fumar 15 cigarros por dia. Você já se sentiu completamente sozinho em uma sala cheia de pessoas? Ou mesmo ao rolar a tela do celular repleta de mensagens?

Essa sensação contraditória é mais comum e perigosa do que imaginamos. A solidão crônica é um estado interno de desconexão que corrói nossa saúde mental e física. Mas existem caminhos para reconectar-se de forma simples e a respirar consciente é o primeiro passo.

A solidão vai muito além da carência afetiva. Ela é uma ferida que enfraquece o sistema imunológico, aumenta o risco de depressão em 25% e nos paralisa em um ciclo de isolamento. No dia a dia, ela se disfarça de cansaço extremo, de desinteresse por coisas que antes traziam prazer e daquela voz interior que insiste em dizer: “ninguém me entende de verdade”. É uma crise de significado, não de quantidade de contatos.

A solidão dói quando nos desconectamos de nós mesmos. Isso acontece porque priorizamos desempenhar um papel (como o de profissional bem-sucedido ou amigo divertido) em vez de sermos autênticos e mostrarmos quem realmente somos inclusive, nossas vulnerabilidades. No fundo, a solidão é um sinal de que queremos muito nos sentirmos pertencentes a um grupo e sermos aceitos e valorizados pelo que realmente somos, sem precisar usar máscaras.

Ao contrário do que muitos pensam, para acabar com a solidão, você não precisa conhecer mais gente, e sim aprofundar as relações que você já tem, mesmo que sejam poucas.

 Troque quantidade por qualidade: uma conversa de 20 minutos sem celular por perto vale mais que 200 mensagens.

 Busque estar perto de pessoas alinhadas com seu estilo de vida, participe de grupos (presenciais ou online) de atividades que você gosta, como leitura ou trilha. O foco na atividade facilita a conexão real.

 Se permita ser vulnerável: compartilhe algo pequeno e verdadeiro com alguém de confiança. “Estou me sentindo um pouco sobrecarregado hoje” já é um começo poderoso.

Reconhecer a solidão já é um ato de coragem. A cura começa em pequenos gestos de reconexão: um abraço mais demorado, uma escuta verdadeira, um cafezinho no meio da tarde, uma caminhada em contato com a natureza para reconectar-se consigo mesmo e o mais importante, buscar ajuda. A terapia é um passo fundamental para entender a origem dessa desconexão e reconstruir, de forma segura, a ponte que te reconecta ao mundo e principalmente com você mesmo.

Que tal, ainda hoje, enviar uma mensagem de voz para alguém que você realmente gosta, em vez de um texto rápido?

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Marina Dutra – Terapeuta integrativa
Instagram:@sersuperconsciente
E-mail:sersuperconsciente@gmail.com

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