Pride em Budapeste
A Europa das rupturas começa a conviver com a resistência do amor
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Em Budapeste, a Parada do Orgulho LGBTQIA+ resiste como um ato político diante do conservadorismo crescente. Viktor Orbán governa com punhos de ferro, em nome de uma tradição que é tão inventada quanto violenta.
O antropólogo Benedict Anderson chamaria esse movimento de “comunidades imaginadas”. O nacionalismo, ao se vestir de moralidade, mascara seu verdadeiro objetivo: controlar os corpos. A marcha em Budapeste não é apenas sobre identidade sexual, mas sobre liberdade de existir.
Em um continente que já foi berço de guerras por intolerância, a marcha se torna um reencantamento da esfera pública. Uma tentativa de restaurar a democracia pela via dos afetos.
A resistência caminha com passos coloridos. Cada beijo em público, cada bandeira levantada, cada cartaz é um manifesto contra o autoritarismo. A marcha é um ritual de reconstrução simbólica. É Durkheim dançando com Judith Butler sob o mesmo sol.
