A importância de não esquecer as alegrias que a vida nos proporciona

Às vezes a vida pesa. Pesa mais do que a gente gostaria, mais do que a gente consegue admitir. E, quando pesa assim, é fácil demais cair na armadilha de pensar só nos problemas, nas dores, no que não deu certo. Mas hoje eu me lembrei (e talvez eu precise me lembrar disso mais vezes) de que também é preciso pensar nas alegrias. Especialmente nas pequenas alegrias. Aquelas que, se a gente não estiver atenta, passam despercebidas.

Hoje, por exemplo, eu vivi uma dessas pequenas alegrias. Estava com a cabeça cheia, como quase sempre. Mas parei por alguns minutos para conversar com outra mãe. A gente nem se conhecia, mas tínhamos a mesma idade. E mais curioso ainda: nossas filhas também tinham a mesma idade. E só isso já criou um laço invisível, uma sensação de reconhecimento que eu não sabia que estava precisando tanto.

Conversar com ela foi como tomar um fôlego depois de muito tempo submersa. Ela me entende. Não só com as palavras, mas com o olhar, com a escuta sem julgamento. Entende o cansaço que a gente sente e às vezes tem vergonha de admitir. Entende o medo de não estar fazendo certo, a culpa por se irritar, o desejo secreto de ter um tempo só pra si. E a culpa que vem junto com esse desejo também.

É tão raro encontrar alguém que veja a exaustão de uma mãe sem apontar o dedo. Que olhe pra você com empatia, em vez de conselhos prontos. E foi nessa conversa curta, tão simples, que eu me senti mais leve. Não porque os problemas desapareceram, mas porque, por alguns minutos, eu não estava sozinha dentro deles.

E é por isso que eu digo: convém não pensar só nas dores. Convém guardar um espaço, mesmo que pequeno, para essas alegrias delicadas. Uma conversa inesperada. Um olhar compreensivo. Um instante de leveza no meio do caos.

Talvez não sejam grandes eventos que nos salvam, mas essas pequenas luzes que acendem no caminho e lembram a gente de continuar.