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Ação de justiceiros pode virar uma epidemia em todo o Brasil, avalia antropóloga

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As cenas de justiçamentos de suspeitos de crimes, feitos pela própria população, podem se tornar uma epidemia no País, se não forem tomadas medidas urgentes. A opinião é da ativista dos direitos humanos Yvonne Bezerra de Melo, que recentemente ficou em evidência ao proteger um jovem negro que havia sido preso por uma tranca de bicicleta a um poste, no  Flamengo, zona sul do Rio. Ela participou na noite desta quarta-feira do programa 3 a 1, apresentado pelo jornalista Florestan Fernandes Júnior, na TV Brasil.

“O País está vivendo esta epidemia porque a população se deu conta, de repente, que nós não temos segurança. E nós não temos ninguém para nos proteger. Quando isso acontece, que você tem uma polícia que não responde aos anseios da sociedade, que não funciona e deixa tudo acontecer, as pessoas pensam: se ela não funciona, funciono eu. Isso é perigosíssimo. É pré-guerra civil”, advertiu Yvonne, que se projetou nacionalmente em 1993, após atuar na chacina da Candelária, quando oito jovens foram assassinados por policiais militares, no centro do Rio de Janeiro.

A antropóloga especializada em pesquisas da violência Jacqueline Muniz também participou do programa e destacou que os fenômenos de justiçamento não são novos, mas agora têm maior visibilidade, por causa das redes sociais e da facilidade em se produzir imagens. Ela lembrou dos esquadrões da morte, que atuavam na época da ditadura militar, fazendo justiça pelas próprias mãos. “Essa percepção generalizada de insegurança vem em ondas. As pessoas têm apetite por Justiça aqui e agora. Mas o salvador de hoje pode virar o tirano de amanhã, e vai começar a cobrar por segurança do território”, disse Jacqueline.

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