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Advogado de Baiano abre o jogo. Propina alavanca Brasil

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Acabou a discussão. A corrupção está tão enraizada no Brasil, que sem o pagamento de propina, o País para. É o que afirma o advogado Mario de Oliveira Filho, que defende o lobista Fernando Baiano Soares, investigado pela Operação Lava Jato como elo de ligação do PMDB em um suposto esquema corrupto dentro da Petrobras.

Baiano, que estava foragido aos olhos da Justiça, se entregou à Polícia Federal em Curitiba. Acompanhando seu cliente, Oliveira Filho disse nesta quarta-feira que os empresários são “vítimas” da propina que está na “cultura do País”.

– O empresário, por ventura, faz uma composição ilícita com algum político e paga alguma coisa. Se ele não fizer isso, não tem obra. Quem desconhece esse tipo de ação desconhece a história do País. Os empresários, que aparecem como os vilões, na verdade são vítimas de um esquema palpável”, acusou Olioveira Filho.

O advogado esteve na sede da Polícia Federal na capital paraense para acompanhar o depoimento de Baiano. O testemunho, porém, foi adiado para sexta-feira.

Para sustentar suas palavras, Oliveira Filho lembrou que, no dia anterior, o presidente de uma empreiteira envolvida no Petrolão se disse vítima. “Eu tive que pagar porque senão não pegava obra’. Eu duvido que um empresário entre numa situação qualquer se ele não estiver com a corda no pescoço, com a faca no pescoço”, ressaltou o advogado.

Oliveira Filho, porém, fez ressalvas. “Não vamos generalizar. Lógico que isso não é uma regra, colocar todo mundo junto é burrice. Mas todos os dias vocês da imprensa apontam escândalos desse tipo de situação, então você começa a perceber que alguma coisa está errada. Mas não pode escolher alguém para ser o bode expiatório de carregar esse fardo nas costas”, disse, referindo-se a Baiano.

Segundo os depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Fernando Baiano seria o operador do PMDB no esquema de corrupção na estatal. Tanto o partido quanto o lobista negam qualquer envolvimento.

“O que eu vejo é uma vinculação equivocada. Uns dizem que a diretoria internacional da Petrobras é nomeada para o pessoal do PMDB; outros dizem que não, que é indicada pelo pessoal do PT. Como o Fernando teve contratos com a área internacional, (concluíram que) ele tem vínculo com o PMDB”, afirmou. “(Ele ficou) totalmente indignado, porque ele não tem esse tipo de vínculo (…) Se há algum operador, esse operador não se chama Fernando Soares.”

O advogado confirmou que Baiano fez negócios com a Petrobras, mas disse que tudo foi feito dentro da lei. Questionado sobre se a atividade do cliente poderia receber o nome de lobby, Oliveira Filho disse que poderia receber “o nome que quiser”.

“Dá o nome que quiser. Para mim, é um empresário, pessoa que faz intermediação de negócios”, afirmou. “É um empresário, proprietário de duas empresas antigas, que faz prospecção de negócios. Ele descobre onde está o problema de uma infraestrutura e vai atrás da solução. Sobre essa negociação ele recebe uma porcentagem, o que é absolutamente lícito.”

Publicado originalmente em naredecomjoseseabra.com.br

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