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Vermelho e azul

Asteroide-camaleão intriga cientistas

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

Um asteroide peculiar registrado como 6478 Gault, localizado dentro do cinturão de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter, e que anteriormente exibia um comportamento geralmente associado a cometas – ou seja, deixando dois rastros de poeira por onde passa – agora aparentemente causou outra surpresa para os cientistas.

De acordo com um comunicado de imprensa emitido pelos cientistas, o asteroide foi pego no ato de mudar sua cor de vermelho para azul, no espectro infravermelho próximo, tornando-o o primeiro fenômeno a ser observado em tempo real.

Descrevendo esse desenvolvimento como uma “grande surpresa”, Michael Marsset, do Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias do MIT, disse que a equipe científica acredita que “testemunhou o asteroide perdendo sua poeira avermelhada no espaço e estamos vendo novas camadas azuis”. Já sua colega Francesca DeMeo apontou que é necessária apenas uma camada muito fina de poeira, como grãos com apenas um mícron de profundidade a serem removidas para testemunhar “uma mudança no espectro”.

Os pesquisadores acreditam que tanto essa mudança de cor quanto a atividade semelhante ao cometa podem ser causadas pelo asteroide em seu giro rápido o suficiente para retirar camadas de poeira de sua superfície, através de pura força centrífuga.

“Cerca de 10% dos asteroides giram muito rápido, ou seja, com um período de rotação de duas a três horas, e é provavelmente devido ao sol que os gira”, disse Marsset.

Esse fenômeno de rotação, como o lançamento indica, é conhecido como o efeito Yarkovsky-O’Keefe-Radzievskii-Paddack, ou efeito YORP, para abreviar, e já havia sido observado anteriormente em “um punhado de asteroides”.

Os cientistas agora pretendem estudar mais o asteroide, a fim de obter pistas sobre sua atividade.

“Acho que [o estudo do grupo] reforça o fato de que o cinturão de asteroides é um lugar realmente dinâmico”, observou DeMeo. “Enquanto os campos de asteroides que você vê nos filmes, todos se chocando, são um exagero, definitivamente há muita coisa acontecendo lá fora a cada momento.”

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