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Silos nucleares

Balão-espião chinês abre uma nova crise Washington-Pequim

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque, Edição - Foto Reprodução

A descoberta de um suposto balão-espião chinês sobrevoando os Estados Unidos, após passar sobre o céu do Canadá, abriu uma nova crise entre Pequim e Washington. Os americanos dizem tratar-se de um equipamento capaz de ‘roubar’ informações sobre os silos de armas nucleares dos Estados Unidos, enquanto os chineses garantem que se trata de um instrumento para estudar a atmosfera e que perdeu seu rumo em função de fortes ventos. A ‘máquina espiã’ está a mais de 34 quilômetros de altura, ou seja, ao menos para aviões comerciais, não há risco, pois esses voam bem mais baixo.

A primeira consequência do incidente foi o cancelamento de uma viagem à China do secretário de Estado americano, Antony Blinken, marcada para este fim de semana. A região de Montana, sobrevoada pelo balão, abriga cerca de 150 silos de mísseis balísticos intercontinentais. Apear do temor e Washington, os dirigentes de Pequim sustentam que se tratava de um aeróstato, de fins civis.

O porta-voz do Pentágono, Pat Ryder, confirmou que os militares dos EUA estão monitorando ativamente o equipamento. “Assim que o balão foi detectado, o governo dos EUA agiu imediatamente para se proteger contra a coleta de informações confidenciais”.

O balão de alta altitude foi avistado sobre Billings, Montana , na quarta-feira. O objeto flutuante sobrevoou as Ilhas Aleutas, através do Canadá e em Montana. No momento, o balão está supostamente “sobre o centro dos Estados Unidos”. Fontes do Pentágono argumentam que é quase certo de que a China mandou o balão para sobrevoar locais sensíveis e coletar informações.

A primeira reação de Pequim foi um pedido de calma, salientando que estava investigando relatos de que um balão espião chinês estava voando no espaço aéreo dos EUA.

“A China é um país responsável e sempre cumpriu rigorosamente as leis internacionais, e a China não tem intenção de violar o território e o espaço aéreo de nenhum país soberano. Quanto ao balão, como mencionei há pouco, estamos investigando e verificando a situação e espero que ambos os lados possam lidar com isso juntos com calma e cuidado”, destacou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.

Mao acrescentou que as especulações sobre o tema de um “balão espião” supostamente detectado sobre os Estados Unidos não contribuirão para a resolução da questão até que todos os detalhes sejam estabelecidos.

As autoridades admitem que o balão pertence à China, mas não era uma aeronave de vigilância, como os militares dos EUA suspeitaram inicialmente. Na verdade, foi um “dirigível civil usado para fins de pesquisa, principalmente meteorológicos”, que saiu do curso. O Ministério das Relações Exteriores da China lamentou o incidente.

Já o Departamento de Defesa Nacional do Canadá relatou um incidente semelhante, dizendo que um balão de vigilância de alta altitude foi detectado. O Canadá não detalhou se era o mesmo balão nem mencionou a China. Ottawa, no entanto, enfatizou que estava sendo “rastreado ativamente” pelo Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte, uma organização militar americano-canadense.

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