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Pré-folia

Banda de Ipanema, 55 anos, anima Rio com homenagem a Paulinho da Viola

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Autor/Imagem:
Vinícius Lisboa

Em seu 55º ano de desfiles, a Banda de Ipanema começou a aquecer os tamborins às 16h deste sábado (16), na Rua Gomes Carneiro, atraindo foliões para o desfile que é um dos mais tradicionais do carnaval de rua do Rio. Neste ano, sob céu nublado, a banda homenageará Paulinho da Viola, que vai participar do desfile, marcado para terminar esta noite.

Presidente e fundador da Banda de Ipanema, Claudio Pinheiro, de 83 anos, corrige quem pergunta sobre o desfile de pré-carnaval.

“Pra gente não é pré, o carnaval já começou faz tempo. Queremos que o povo carioca se divirta, se incorpore ao desfile e faça do desfile uma obra sua”, disse ele, que define a banda como democrática, inclusive no repertório.

“Incorporamos não apenas as marchinhas, e nada contra as marchinhas, mas fazemos um desfile que mostra um perfil do que é a música popular brasileira e, sobretudo, a música de rua. Também temos muitas músicas que não são de carnaval, mas que foram carnavalizadas pela banda e hoje são reclamadas pelo povo, que pede sempre”, explicou.

No ano da homenagem a Paulinho da Viola, a concentração já dava demonstrações de que o compositor estará presente na programação: amújsica Foi um Rio que Passou em Minha Vida fez os foliões que chegaram mais cedo cantarem ao som da banda. O compositor e cantor Paulinho da Viola disse que “a banda, que tem 55 anos, influenciou ao longo de sua existência outras bandas do Rio.”

Entre os que madrugaram na concentração da banda estava um grupo que, na verdade, estava atrasado. Sasha Batista, de 31 anos, e quatro amigas combinaram a fantasia de She-Ra para ir ao bloco Desliga da Justiça, mas perderam a hora do desfile.

“A gente estava esperando se a chuva ia cair ou não”, conta ela, que brinca, apontando para uma das amigas: “Ela é de açúcar, sabe?”

Como o bloco começou às 17h30, a programação do grupo agora é ficar mais tarde. “Vamos até o final”, promete a técnica de enfermagem.

Tradicionais no carnaval de rua de Ipanema, as drag queens se destacavam na multidão com fantasias coloridas e maquiagens expressivas. Entre uma selfie e outra com os foliões, a Mulher Mangueira contou à Agência Brasil que já desfila há 11 anos no bloco, que considera uma alvorada para o carnaval de rua.

“É um momento de diversidade de um modo geral, de raça, de credo, de tudo. É disso que o Brasil precisa nesse momento tão difícil que a gente está passando”, disse.

Mais discreta que as drags, a assistente técnica Rose Schmidt, de 50 anos, colocou apenas uma peruca para curtir o carnaval. Ela conta que frequenta a banda todo ano por considerar que ela tem música de qualidade e animação.

“Hoje eu moro em Copacabana, mas eu venho aqui desde muito antes, quando morava em [Duque de] Caxias”.

Quem estiver no Rio de Janeiro durante o carnaval terá outras oportunidades de curtir a Banda de Ipanema, que desfila no sábado e na terça-feira de carnaval, às 17h.

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