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Estados Unidos

Bilionária pega 6 anos de cadeia por negociar sexo

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição com texto da BBC News

A herdeira do grupo canadense de bebidas Seagram, Clare Bronfman, foi condenada a seis anos e nove meses de prisão por seu envolvimento com a seita Nxivm, cujas seguidoras chegaram a ser marcadas a ferro e eram obrigadas a ter relações sexuais com o líder.

Bronfman foi condenada por duas acusações, pelas quais já havia se declarado culpada em abril de 2019 — fraude em cartão de crédito e conspiração para acolher e esconder imigrantes ilegais em busca de benefício financeiro.

Segundo a promotoria, ela abrigava pessoas que estavam nos EUA ilegalmente em troca de “serviços e trabalho”. Ela foi levada à prisão logo após ouvir a sentença em um tribunal no Brooklyn, em Nova York.

Segundo o jornal The New York Times, a audiência de sentença durou mais de quatro horas. Nove vítimas prestaram depoimentos e acusaram Bronfman de contribuir para destruir casamentos, carreiras e reputações.

Algumas disseram ter sido perseguidas judicialmente pela herdeira, que teria usado parte de sua fortuna para processar críticos à seita.

Em uma carta ao tribunal no mês passado, ela afirmou “que nunca tive intenção de magoar ninguém, apesar de tê-lo feito, e, por isso, estou profundamente arrependida”.

Também disse, por outro lado, que a seita havia “mudado radicalmente” sua vida para melhor e que ela não poderia depor contra Keith Raniere, líder da seita.

‘Princípios humanitários’
A Nxivm (pronuncia-se “Nexium”) operava havia mais de 20 anos. Teve início em 1998 como um programa de autoajuda e, segundo a própria organização, já trabalhou com mais de 16 mil pessoas.

Em seu site, descreve-se como uma “comunidade guiada por princípios humanitários em busca de empoderar as pessoas e responder questões importantes sobre o que significa ser humano”.

Apesar de seu slogan ser “trabalhando por um mundo melhor”, Raniere foi condenado no ano passado por coordenar um sistema baseado em papéis de “escravo” e “mestre”.

De acordo com os depoimentos colhidos durante o processo, a Nxivm operava como uma seita. Segundo os promotores envolvidos no caso, suas integrantes formavam uma espécie de irmandade de “escravas” que passaram por uma lavagem cerebral.

Muitas chegaram a ser marcadas a ferro com as iniciais de Raniere e eram forçadas a ter relações sexuais com ele.

Bronfman era do conselho executivo da Nxivm e deu a Raniere dezenas de milhões de dólares para que ele organizasse as aulas intensivas de “auto-aperfeiçoamento” do programa.

Ela também pagou pelas despesas com advogados quando o grupo se tornou alvo de ação na Justiça. Seu advogado argumentou que ela deveria ter sido sentenciada com uma pena mais branda por não estar diretamente envolvida nas acusações mais sérias contra a seita e por ter comorbidades que a deixariam vulnerável a contrair covid-19 na prisão.

Os promotores rebateram, entretanto, dizendo que ela deveria receber uma punição severa porque “Raniere não teria conseguido cometer os crimes pelos quais foi condenado sem a ajuda de aliados poderosos como Bronfman”.

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