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Leão virou rato

Bolsonaro, acuado, baixa a bola. ‘Perdão, gente; foi mal, tá okay?’

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Autor/Imagem:
Marta Nobre - Foto/Reprodução das Redes Sociais

O presidente pediu arrego (ao Supremo); o leão virou rato; estamos abandonados; fomos traídos; gesto de estadista; fim da crise; só o diálogo constrói. Tudo isso foi ouvido e lido neste meio de tarde e noite desta quinta-feira, 9, como reação à Declaração à Nação feita por Jair Bolsonaro, onde afirma não ter tido a intenção de agredir outros Poderes da República e destacou que respeita a harmonia entre as instituições.

A nota ocorre dois depois das manifestações pró-governo do dia 7 de Setembro, que contou com a participação de Bolsonaro em atos antidemocráticos que pediam a demissão de ministros do Supremo Tribunal Federal e fechamento do Congresso nacional.  presidente.

Nos atos, tanto em Brasília quanto em São Paulo, Bolsonaro fez críticas a ministros do Supremo e ao sistema de urnas eletrônicas. Como reação, o presidente do STF, Luiz Fux, e o ministro Luis Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitora, rebateram Bolsonaro.

Bolsonaro teve uma reunião no Planalto com o ex-presidente Michel Temer, escalado para abafar a crise. Orientado por seu antecessor, o presidente ligou para Alexandre de Moraes, ministro do STF e alvo dos principais ataques dos bolsonaristas. Desculpou-se. Mas a paz, avaliam analistas políticos, não foi selada. Os seguidores do presidente reagiram indignados. E teme-se uma reação em cadeia.

Na Declaração à Nação, Bolsonaro afirma que “no instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como presidente da República, vir a público para dizer: Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar”.

Bolsonaro elencou dez pontos no comunicado. Em um deles, ele diz que as divergências se deram por causa de conflitos de entendimento sobre decisões do ministro Alexandre de Moraes, e assumiu que nenhuma autoridade tem o direito de “esticar a corda”, como ele vinha fazendo, no que se temia um rompimento institucional. Ele escreveu ainda que suas palavras, “por vezes contundentes”, são resultado do “calor do momento”.

“Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news. Mas na vida pública, as pessoas que exercem o poder não têm o direito de ‘esticar a corda’, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”.

Ainda sobre o ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro afirmou que as divergências são naturais e que vai buscar resolvê-las por medidas judiciais para assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais da Constituição Federal.

Por fim, Bolsonaro afirmou que respeita as instituições da República, defendeu o regime democrático e disse que está disposto a manter o diálogo.

“Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil”. Confira a íntegra:

Declaração à Nação
No instante em que o país se encontra dividido entre instituições é meu dever, como Presidente da República, vir a público para dizer:

1. Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar.

2. Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo Ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news.

3. Mas na vida pública as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia.

4. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum.

5. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes.

6. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.

7. Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país.

8. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição.

9. Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais Poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles.

10. Finalmente, quero registrar e agradecer o extraordinário apoio do povo brasileiro, com quem alinho meus princípios e valores, e conduzo os destinos do nosso Brasil.

Deus, Pátria, Família
Jair Bolsonaro
Presidente da República Federativa do Brasil

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