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Brasil não vai virar 'zona'

Bolsonaro corre perigo com bichos de Orwell soltos

Publicado

Autor/Imagem:
Ka Ferriche

O que não é apreendido por grande parte da população, deveria ser tema diuturno dos responsáveis pela comunicação do Palácio do Planalto. Um consagrado livro do século passado, Animal Farm – A Revolução dos Bichos, em português, escrito em 1945 pelo indiano George Orwell (considerado um dos 50 maiores escritores da língua inglesa, autor de “1984”, outro best seller), que qualquer animalzinho meramente alfabetizado já leu tomando a mamadeira, é uma sátira sobre o comunismo.

Quem não leu, deve fazer como um certo ex-presidente que afirma ter sido um devorador de livros enquanto esteve na clausura curitibana compulsória, embora nunca tenha lido uma bula de remédio. Vai acreditar… Mas isso é passado, só sobrou o toucinho. Vamos falar de coisa séria.

Os protagonistas da obra-prima de Orwell, uma trama de poder e traição, são porcos. O foco do deboche do autor é o ditador soviético Stalin, um vagabundo, como diria Bolsonaro, só para contribuir com o raciocínio de quem não leu, ok? Vamos lá. O porco Napoleão defende a tese de que é necessário tomar o poder dos humanos, trai seu correligionário, claro, também porco, um igual comunista, claro, que é o Bola-de-Neve, e institui uma revolução e ditadura pior do aquela mantida pelos humanos. Muito mais corrupta e inescrupulosa. Não, não havia Partido dos Trabalhadores em 1945 no Brasil, se é que alguém já está fazendo ilações.

Voltando ao Palácio do Planalto, onde hoje habita um representante legítimo da democracia – mais de um ano sem nenhuma acusação de corrupção; e somos obrigados a chamar a atenção sobre um fato que deveria ser normal – que incomoda, dá ânsia de vômito ao Congresso Nacional e ao Poder Judiciário, em especial ao STF. Estavam habituados aos porcos rosados do passado, que governavam sem nenhuma interferência de outros poderes.

Cada um fazia o que bem entendia – e continuam fazendo – com a anuência dos demais e dividiam a conta – essa parte (em parte) foi interrompida. E aí, só festas e contas no Exterior! Então chega o boquirroto Bolsonaro, com votos que superaram a suposta e muito provável fraude nas urnas e manda todo mundo tomar no… …é o jeito dele, paciência. O chiqueiro que ele recebeu é poderoso. Porcos são porcos.

Vamos por partes, objetivamente, para contribuir minimamente com a compreensão da maioria da população que, muitas vezes, ainda que apoiadores de Bolsonaro, é confundida por ele próprio e por sua comunicação social e institucional que não encontrou foco fino até agora. Atrapalha mas não é grave. Seus assessores deixam a impressão de que apenas tentam agradar o presidente com relatórios e gracinhas de charges e posts de sacanagem sobre inimigos, que ganham milhares de impulsos nas redes sociais. Aí todos dão risadas, acham muito engraçadas as publicações, medem o engajamento, tomam o café da manhã com ele e deixam o presidente feliz, gargalhando e dando socos na mesa.

Ledo engano. O presidente está em perigo. Os porcos estão soltos e são habilidosos. O Napoleão deles, que ninguém sabe quem é (se sabem não revelam, é certo), está junto e misturado aos outros, mas a vara sórdida é conhecida dos brasileiros, na Câmara Federal, no Senado e no Supremo Tribunal Federal. Todos têm comportamento comprometido e tomam decisões inconstitucionais. Isso mesmo, hoje o STF e a Câmara se julgam acima da Constituição.

O pacto entre eles é diabólico, ultrapassa desproporcionalmente as meninices de Bolsonaro quando sai às ruas desprotegido em tempo de isolamento. É o jeito dele, paciência… Pode custar caro, mas será muito mais barato do que permitir que os porcos, como na parábola de Orwell, avancem ainda mais.

Chega! A maioria dos brasileiros apoia uma interferência militar nos podres poderes da República. Os generais não querem adiantar soluções inevitáveis agora. Nem podem. A senha para uma intervenção é a anomia, quando instalada nos três poderes. Uma pausa para explicar àqueles que não leram Orwell e que não têm o hábito de ler dicionários: anomia é um estado de ausência de regras e normas, onde não há controle social legal. No popular, virou zona.

Em dois dos poderes constituídos a anomia já está saindo pelo ladrão – sem querer fazer trocadilho – e as provas são contundentes. Mas no poder Executivo, que continua lutando pela manutenção da democracia, certamente não haverá anomia nos ministérios, nas estatais, como sempre aconteceu. A menos que o plano dos porcos tenha resultado e não seja barrado pela sociedade. A grande emissora de TV em alguma oportunidade criticou Bolsonaro por desvios de recursos públicos? Não, evidente, não há material para uma pauta sobre o assunto, que curiosamente ela nunca abordou. Ao contrário, ela tem interesse nesse particular meio de capitalização “facilitado” que a manteve viva e poderosa até a posse do capitão.

Se Orwell fosse vivo, reescreveria A Revolução dos Bichos inspirado em fatos reais. Aos retardatários em análise política, que deve ser o nosso caso, oferecemos a mão à palmatória. Bolsonaro tem razão, mais uma vez. Ao correr riscos nas visitas públicas (pode até estar dando mal exemplo), o que menos importa é o coronavírus. A sua metáfora teatral encenada em público, arriscada, é para mandar um recado claro ao Brasil de que a sua vida não está acima da recuperação do país. Uma atitude de foro íntimo, cuja motivação não poderá ser compreendida agora, mas que para entendedores de meia palavra, basta.

A Nova Ordem Mundial poderá até vencer, mas que o Brasil acordou e ninguém vai levá-lo de graça, na tentativa de recolocar a quadrilha vermelha no poder, ah, não vai mesmo. Isso, ainda que com a grande e covarde articulação dos podres poderes anômicos, não vai acontecer. A sociedade vai para as ruas, com ou sem as Forças Armadas. O enfrentamento vai produzir mais vítimas do que o mal que vem do Oriente. Não interessa. O Covid-19 é apenas uma pedra no caminho, inesperada, mas que vai produzir o reverso de forma exponencial aos seus autores.

Alinhados agora aos EUA, acertivamente os brasileiros poderão providenciar o que as grandes nações já estão fazendo: mandar os xinglings de volta pra casa, de onde nunca eles e o seu vírus deveriam ter saído criminosamente. Essa afirmativa será alvo de ONGs, de militantes da inexpressiva Marielle, dos falsos defensores dos direitos humanos, da OMS. Não interessa, mais uma vez Bolsonaro tem razão.

Por enquanto, pérolas aos porcos. Precisamos dizer a verdade, fod…! É o nosso jeito, paciência…

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