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Fundo Amazônia, Capítulo Final

Bolsonaro decide combater farra de ONG com índios

Publicado

Autor/Imagem:
Ka Ferriche

O presidente Jair Bolsonaro, preocupado neste momento com o desfecho da crise na Venezuela, terá muito o que fazer em terras brasileiras, quando for cumprir outra promessa de campanha: acabar com a farra das Organizações Não Governamentais na Amazônia. E ele vai cumprir, confidenciam interlocutores palacianos.

Em uma série de reportagens, fechada com este último ‘capítulo’, Notibras apresentou uma visão geral de como foi arquitetada a ocupação internacional daquela região, financiada por países onde não existem florestas nem índios, com a complacência dos governos do PT. Foram prometidos bilhões de reais, mas o que ficou foi um rombo de 5 bilhões.

O instrumento para financiar a usurpação veio de mais uma canetada do apenado Lula da Silva, com atuação decisiva de Marina Silva, por meio de um decreto que criou o Fundo Amazônia, que não existe formalmente – não tem CNPJ – mas que na prática é poderoso.

Em 2013, foi publicada matéria sobre uma visita feita pelo rei da Noruega Harald 5º, às terras yanomami. A Noruega é o maior financiador do fundo bilionário. O rei entrou no Brasil sem os rituais protocolares do Itamaraty e foi direto comer macacos na aldeia Demini, recebido pelo líder Kopenawa.

Harald 5° deu trabalho para a Polícia Federal, que teve que deslocar agentes de última hora para acompanhá-lo na visita informal, talvez turística. Quem autorizou a sua entrada sorrateira no país? Resposta: foi a Funai, fazendo o papel do MRE, para atender uma solicitação dos próprios índios.

Perguntada como foi o ingresso do rei escandinavo no país, a fundação disse que ele havia tomado as vacinas necessárias. Então tá. O Brasil daquele ano não poderia mesmo ser visto como um País sério.

O tema âncora para a investida dos países liderados pela Noruega sobre nossas terras veio de um movimento para impedir a construção da usina de Belo Monte, iniciativa aprovada por 100% da população de Altamira e arredores, região sem qualquer perspectiva de desenvolvimento. Lula autorizou. Depois veio o financiamento do BNDES para patrocinar ONGs que queriam impedir a obra. Lula autorizou.

Se não é possível entender contradições, devemos estabelecer parâmetros para compreender a dimensão e gravidade dos fatos. O controle das terras indígenas, a fiscalização e até a demarcação, foram terceirizadas para ONGs, lideradas pelo Instituto Socioambiental – ISA. Veja agora alguns dos parceiros do tal ISA: International Rivers, WWF, Rainforest Fundation, Fund.böll, Survival International, Indigenous People´s Cultural Support, Suzuki Foundation e outras 250, com nomes muito estranhos.

Opa! pare de rir. Não tem graça nenhuma. Até o patrono global José Roberto Marinho, que já presidiu a WWF-Brasil, convocou as atrizes Letícia Sabatella e Camila Pitanga, reconhecidas pela cultura que destilam, como garotas propaganda da campanha contra Belo Monte.

Considerando que vivem pouco mais de 20 mil yanomami naquela reserva, temos uma ONG para cada lote de 84 índios. São mais bem cuidados que muitos alunos em escolas públicas. O território entregue para a pajelança do rei da Noruega, apenas a área yanomami, é maior que Portugal – anote -, 100 mil km2.

Os R$ 20 bilhões prometidos pela realeza escandinava, que segundo os autores da ação que pede investigação sobre o Fundo Amazônia, eram esquentados em uma conta corrente no BNDES, e serviam para cooptar as nações indígenas.

Tem mais: o plano de expansão internacional (lembre-se de que a demarcação ficou a cargo de um instituto privado), tinha como objetivo reunir as áreas indígenas do Xingu, Alto e Médio Rio Negro e Yanomami, em um único polígono. A nação silvícola, abençoada pela Noruega e outros parceiros estrangeiros, somaria 240 milhões de quilômetros quadrados. Para termos ideia da sua dimensão, equivale a mais de 600 vezes o território da Noruega.

Em pleno Século XXI, o rei colonizador encontrou uma forma moderna de expandir seu território, repetindo a fórmula de Cabral que veio ao encontro dos índios há mais de 500 anos para ficar.

Autores da ação proposta na Justiça Federal do Distrito Federal, o pesquisador Claudemiro Soares e a advogada Dênia Magalhães, consultores desta série de reportagens, com ampla documentação fornecida, entendem que por mais bonzinho que seja, o reinado da Noruega ainda não disse a que veio. Nem avisou que viria.

Quando Bolsonaro afirma que índio não terá nem mais nem um milímetro de terra, talvez ele já tenha dado a resposta. A grilagem que atinge os estados da Amazônia e Roraima é ocupada há décadas por garimpeiros em busca de ouro. Com a anuência dos índios, é bom observar. Pode ser que em seguida cheguem filantropos com sotaque para garimpar petróleo, nióbio, grafeno, gás e outros patrimônios sociais e culturais.

Órgãos federais são capazes de demarcar, fiscalizar e dar assistência aos povos indígenas. Basta uma decisão presidencial séria e a orientação de pesquisadores legalistas no assunto. Antes disso, convidar as ONGs para que deixem o território nacional e procurem outras florestas longe do Brasil.

Apenas um alerta: a índia caiapó Tuíra tentou dar uma facada no presidente da Eletronorte, José Muniz Lopes. É bom levar o Exército e a Polícia Federal.

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