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Pazuello na berlinda

Bolsonaro proíbe vacina chinesa e gera nova crise

Publicado

Autor/Imagem:
Mário Camargo

O povo brasileiro ‘não será cobaia de ninguém’; o Brasil ‘não vai comprar a vacina chinesa (CoronaVac) só porque o Doria quer’. Essa a resposta do presidente Jair Bolsonaro nesta quarta, 21, ao anúncio feito na véspera pelo ministro da Saúde Eduardo Pazuello, de que o governo federal teria fechado um acordo para adquirir 46 milhões de doses contra a vacina desenvolvida na China para imunizar contra o novo coronavírus. Ele não pode impedir, porém, que governadores comprem.

A posição de Bolsonaro foi manifestada por meio de postagem nas redes sociais. A CoronaVac será produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, de São Paulo. A decisão de Bolsonaro não agradou a Pazzuello. Ele teria dito a assessores próximos e a um grupo de militares que o presidente não pode menosprezar o produto dos chineses e investir quase 2 bilhões de reais na vacina de Oxford, que não tem ainda eficácia comprovada

Usando letras garrafais, Bolsonaro foi categórico nas postagens: “Para o meu Governo, qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser COMPROVADA CIENTIFICAMENTE PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE e CERTIFICADA PELA ANVISA”, escreveu Bolsonaro, se referindo à Coronavac como “a vacina chinesa de João Dória (sic)”.

O presidente afirmou ainda que a população brasileira “NÃO SERÁ COBAIA DE NINGUÉM”. “Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”, concluiu.

Em outra postagem, Bolsonaro sustentou que a vacina “não será comprada” pelo governo, desmentindo a versão apresentada por Pazuello feita a governadores na terça-feira (20), de que o Ministério da Saúde definiu a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, a ser distribuída pelo SUS.

Muita gente viu contradição da parte de Bolsonaro, porque apesar de usar os argumentos financeiro e de comprovação científica para rejeitar a aquisição da Coronavac, o governo federal assinou em agosto uma Medida Provisória que liberou R$ 1,9 bilhão para a produção e aquisição de 100 milhões de doses da vacina do laboratório AstraZeneca e da Universidade de Oxford contra a Covid-19.

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