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Vitória de Biden

‘Brasil pisou na bola e precisa acertar os passos’

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição

A eleição de Joe Biden como novo presidente dos Estados Unidos deixa a relação do Brasil com a maior potência mundial “em posição delicada”, nas palavras do ex-embaixador americano em Brasília Thomas Shannon.

Em entrevista à BBC News Brasil, ele disse que “foi um erro” o presidente Jair Bolsonaro basear a relação bilateral com os Estados Unidos na sua proximidade pessoal com o atual presidente, Donald Trump, derrotado pelo democrata.

“O presidente Bolsonaro tem um parceiro estratégico importante (EUA) onde ele está mal posicionado politicamente. É triste, porque as relações entre Brasil e Estados Unidos são importantes demais para o Brasil encontrar-se nessa posição”, lamentou Shannon.

Durante a campanha, Biden manifestou preocupação com a preservação da Amazônia e chegou a cogitar retaliações econômicas contra o Brasil se o desmatamento não parar. Segundo o ex-embaixador, o tema ambiental “vai ser bem importante desde o começo da administração de Joe Biden”, mas problemas poderão ser evitados “com diplomacia”.

“Historicamente, o Brasil e os Estados Unidos desenvolveram um diálogo ambiental positivo e eu acho que isso é possível (hoje), mas muito vai depender do Brasil e a maneira como eles (do governo Bolsonaro) querem apresentar o tema ambiental, a maneira como eles mostram um desejo e uma capacidade de cooperar globalmente, multilateralmente na área de meio ambiente”, ressaltou.

Shannon é considerado uma das maiores autoridades americanas em América Latina: além de embaixador em Brasília de 2010 a 2013, atuou como diplomata na Guatemala e na Venezuela e encerrou sua carreira pública em 2018 como subsecretário de Estado para Assuntos Políticos dos Estados Unidos.

Atualmente, atua como assessor sênior de política externa no escritório de arbitragem internacional Arnold & Porter, em Washington. Um dos clientes da empresa é o autoproclamado presidente venezuelano, Juan Guaidó, motivo pelo qual Shannon não quis comentar sobre a relação entre EUA e Venezuela em um governo Biden.

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