Feira do Livro
Brasil tem seus mitos, suas lendas, seus deuses, suas histórias e seus autores
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Eu amo tanto a feira do livro que, sempre que posso, volto lá — como quem retorna a um lugar sagrado, em busca de reencontro e descoberta. Ontem, fui mais uma vez, dessa vez acompanhada do meu marido, dividir com ele esse amor antigo que tenho pelos livros, pelos autores, pelas histórias que se revelam entre estandes e conversas.
Entre uma banca e outra, fui surpreendida por um encontro especial: conheci o escritor Beto Seabra e o ilustrador Cacá Soares. Juntos, eles assinam o projeto Uiraçu, um livro belíssimo que resgata e celebra histórias ancestrais dos nossos povos originários. A obra, que também conta com a assinatura de Zelito Passos, trata as narrativas indígenas com o respeito e a grandeza que merecem — como verdadeira mitologia brasileira.
Não é exagero dizer que me emocionei. Porque há algo de profundamente justo e necessário nesse gesto de ouvir as vozes que vieram antes de nós, de valorizar os saberes que formam as raízes do nosso chão. Uiraçu não é só um livro: é um chamado para que a gente reconheça que o Brasil tem mitos, tem deuses, tem lendas que nasceram aqui, e que merecem ocupar as estantes, os corações e as salas de aula.
E é por isso que eu amo a feira do livro: porque nela a gente encontra livros, mas encontra também o Brasil que resiste, sonha e se reinventa em cada página.
