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Brasília tem espaço, falta querer dar casa a quem dela precisa

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Um projeto habitacional que contemple, verdadeiramente, a população do Distrito Federal. Este tem sido um dos principais desafios dos governantes e políticos que, por meio da escolha do povo, chegam ao poder. Com o maior déficit habitacional entre as regiões metropolitanas brasileiras, a capital do país precisa avançar nesse setor, mas de forma real e não por meio de números de convocação que pouco representam a realidade.

É preciso pensar em bairros planejados com infraestrutura completa e que não só solucionem os problemas de moradia, mas que assegurem dignidade e qualidade de vida. Defendo a retomada da distribuição de lotes para os mais humildes, mas desde que o antigo modelo seja revisto. Antes de assentar as famílias, é necessário proporcionar condições de vida, como asfalto, saneamento, águas, energia e equipamentos públicos.

Atualmente o Distrito Federal conta com áreas públicas nas quais poderiam ser construídas mais de 65 mil residências, reduzindo consideravelmente a longa lista de espera do sistema habitacional. Os terrenos estão espalhados por todas as regiões: Ceilândia, Samambaia, Santa Maria, Recanto das Emas, Planaltina e Paranoá, por exemplo.

Outro fator que deve ser respeitado é o percentual de domicílios entregues a famílias de pessoas com deficiência. Contudo, o modelo atual, que consiste na venda de apartamentos, torna inviável o que prevê a Lei, tendo em vista a falta de acessibilidade das construções que não possuem elevadores, entre outros problemas.

É preciso olhar com atenção para aqueles que aqui chegaram ainda na década de 1970, mas que vivem de alugue ou, hoje, de favor na casa de filhos e parentes. É realizar o tão almejado sonho da casa própria. Mas sem penalizar essa parcela da população que já vive com tão pouco com o fantasma de um financiamento bancário.

A falta de documentação de parte considerável dos domicílios do DF também deve ser corrigida. As famílias têm onde morar, mas não possuem escritura e não podem dizer, de fato, que são as donas e suas próprias casas. Sem falar na falta de regularização.

Também é preciso olhar para os filhos de Brasília. Quantos jovens e, hoje, pais de família aqui nasceram e ainda não tem onde morar? Desde 2008, com a elevação do valor dos imóveis em todo o país, principalmente motivada pela especulação causada pelas construtoras e imobiliárias com o lançamento do programa “Minha casa minha vida”, tornou-se quase impossível um jovem adquirir o seu primeiro imóvel.

O apartamento que custava R$ 65 mil, passou a valer mais de R$ 200 mil. Porém, o poder de compra do brasileiro não acompanhou o mesmo avanço, o que torna a situação ainda mais grave. Um problema que também deve ser observado com atenção.

Muitas pessoas que compraram suas casas não conseguem assumir as prestações, já que o valor dos imóveis subiu de forma tão expressiva e em pouco tempo que, quem comprou na planta se deparou com uma surpresa na hora de financiar o saldo devedor e receber as chaves de suas casas. É quando o sonho para muitos se torna pesadelo.

Por todos esses motivos defendo e acredito ser necessário repensar a atual política habitacional e olhar para cada parcela da sociedade com a atenção que ela requer. Tratando o desigual com desigualdade e respeitando as necessidades de cada família.

Paulo Roriz, deputado distrital

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