Curta nossa página


Corrida às urnas

Brasília vai ditar normas sem mais dos mesmos e breguetes

Publicado

Autor/Imagem:
Kleber Ferriche

O desmonte de antigas práticas na forma de fazer política no Brasil ainda vai levar um tempo. A máxima de que os opostos se atraem é mentira! Estão juntos os iguais, sempre, pelo menos no período eleitoral. De alguma forma lenta, mas progressiva, as novas gerações vão percebendo que podem mudar o cenário e determinar o resultado por meio das urnas.

As novas gerações exercem influência sobre as antigas, se forem orientadas, e assim caminha a humanidade na ótica dos otimistas. Para aqueles que não compreendem o universo político sem práticas escusas, sem o toma lá dá cá, o mundo continua o mesmo. Reservam um bom dinheiro para pagar, por fora, durante a campanha eleitoral, o gás, a receita de medicamentos, a cesta básica, o pão com mortadela, a 51, o panetone. Isso em troca do voto.

Hoje os iguais antigos estão reunidos para encontrar um igual mais ou menos novo, que comungue com as velhas práticas. Alguém que a mão da Justiça ainda não tenha alcançado. Os fichas-sujas estarão por trás desses nomes aparentemente limpos, manipulando o ardil para chegar ao poder. Dependendo do reduto onde atuam, o desmonte pode estar mais adiantado. E a surpresa pode vir de forma antecipada.

Brasília representa um território-teste para a nova realidade iniciada em Curitiba, pela caneta do juiz Sergio Moro. Terra de extremos onde estão, de um lado, os praticantes bem sucedidos nas velhas práticas – muitos já condenados – e, de outro, uma sociedade com o mais alto nível de renda e informação do país, que quer acelerar as mudanças.

Pode ser agora. Precisa ser agora. Com o desgaste natural de quem terá que justificar o apoio de um bloco cujas fichas corridas dão a volta na Esplanada dos Ministérios, o candidato das práticas antigas será vetor de tudo o que as pessoas não desejam mais em suas vidas.

O Distrito Federal compreende uma área em que os tecidos sociais têm permanente comunicação e troca de informações entre si. Diferente de outros Estados, onde são determinadas verdadeiras fronteiras municipais, muitas vezes impostas por políticos ou traficantes, ou os dois, na Capital brasileira esse aspecto é diluído pela proximidade e inter-relação de suas áreas administrativas.

A população circula entre elas, a ignorância não pode ser manipulada e confinada em redutos. Ninguém é dono de ninguém. É necessário, sim, ser dono de boas ideias para chegar ao eleitor e não adianta fingir que é honesto. Ou produzir um discurso dissimulado para esconder o sujo que está por trás de nomes que desejam liderar as pesquisas. Em Brasília, com certeza, um dia a casa cai para os espertos ou cúmplice de espertos.

Os maiores índices per capita de computadores e smartphones são encontrados também no DF. Equipamentos que poderão representar um novo modelo nacional para o uso de técnicas avançadas de comunicação com o público eleitor. Os veículos off-line, rádio e TV, principalmente, deverão ser utilizados admitindo outros padrões de tempo, acabamento, conceito e audiência.

Dificilmente os velhos hábitos que levitam as velhas práticas saberão produzir uma comunicação renovada, além daquela presencial de bater às portas para pedir um copo d´água. Ou oferecer uma lata de banha de porco em troca do voto. Será um teste importante para o Brasil. Uma guerra moderna, para preocupação daqueles que insistem no mais do mesmo, embora disfarçado, e nos velhos hábitos que atraem, não o voto, mas o eleitor japonês da Federal. E outros breguetes nada originais.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência Estadão, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.