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Brasil, Rússia, China...

Brics corre com sua própria moeda para barrar o dólar

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Andrei Dergalin/Via Sputniknews - Foto Reprodução

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – estados membros do bloco econômico internacional BRICS – estão considerando a introdução de sua própria moeda que pode ajudar a afastar o dólar americano no comércio internacional.

Mohammed Saqib , secretário-geral do Conselho Econômico e Cultural Índia-China, disse que a introdução de uma moeda do BRICS “exigirá a superação de desafios significativos de construção de confiança e aceitação ao longo do tempo”, apontando que o mercado já é dominado por moedas estabelecidas, como o dólar, o euro e o iene.

“No entanto, muitos países estão frustrados com o domínio do dólar e desejam ter um dólar alternativo. Assim, parece que a aceitabilidade da moeda do BRICS não será um problema”, observou.

Segundo Saqib, essa nova moeda poderia se tornar uma moeda de reserva alternativa que ajudaria a mitigar “potenciais sanções econômicas, vulnerabilidade e dependência da política monetária dos EUA”.

“Uma moeda do BRICS forneceria um status elevado para as economias emergentes exercerem maior controle sobre os assuntos econômicos globais, aumentar seu poder de barganha nas negociações comerciais internacionais e desafiar o domínio das instituições financeiras lideradas pelo Ocidente”, ponderou.

Para materializar essa visão, os membros do BRICS teriam que enfrentar uma série de desafios, como suas estruturas econômicas divergentes, disparidades de renda e diferenças geopolíticas, observou Saqib.

“Isso exigiria um trabalho enorme com um nível muito alto de vontade política, cooperação, coordenação e harmonização entre os membros, o que parece difícil, mas é perfeitamente possível. As coisas ficarão mais fáceis se mais países ingressarem no BRICS e os membros mantiverem suas questões bilaterais de fora”, acrescentou.

Os países do BRICS já “demonstraram o compromisso de aprimorar sua cooperação econômica e desafiar a ordem financeira global existente”, com as iniciativas do bloco, como o Novo Banco de Desenvolvimento e o Arranjo Contingente de Reservas, indicando uma “vontade de explorar mecanismos financeiros alternativos e reduzir a dependência de instituições globais tradicionais”.

Apesar dos desafios que sua criação acarretaria, essa ainda hipotética moeda do BRICS ajudaria a melhorar a integração econômica e a cooperação entre os países do bloco, permitindo-lhes “coordenar suas políticas monetárias de maneira mais eficaz”, afirmou Saqib.

Ele também sugeriu que tal movimento resultaria em uma “mudança na moeda de reserva global e diminuiria a dependência do dólar americano para transações internacionais”.

Nos últimos anos, os Estados Unidos capitalizaram avidamente o status do dólar como a principal moeda de reserva do mundo, prejudicando as economias de outros países com sanções e, às vezes, recorrendo a medidas ainda mais extremas, como apreender as reservas cambiais da Rússia denominadas em dólares americanos.

Com Washington usando ativamente o dólar americano como instrumento político, os países do BRICS anunciaram no início deste ano que em breve poderão considerar o estabelecimento de sua própria moeda, em uma aparente tentativa de se proteger dos caprichos da Casa Branca.

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