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Bruna que surfou na orla do Lago invade a jaula e debocha da Leoa

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O dia 24 de agosto último foi de glória para Bruna Pinheiro, a surfistinha da orla destruída do Paranoá. A ampla cobertura da grande imprensa foi o auge, quase orgástico para a comandante da Agefis – Agência de Fiscalização do Distrito Federal. Tomou gosto pela coisa. De lá pra cá, não largou mais a dureza e o tremor dos tratores. E ela gosta todo dia.

Wander Azevedo, conhecedor do tema, ex-diretor da Codeplan e ex-administrador do Lago Sul, abre aspas em seu artigo para trazer o fundamento jurídico que desmoraliza as ações da Agefis: “A proteção constitucional ao domicílio emerge, com inquestionável nitidez da regra inscrita no art. 5°, XI, da Carta Política, que proclama, em norma revestida do mais elevado grau de positividade jurídica, que ‘a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.” (‘in’ decisão do em. Ministro Celso de Mello, então presidente do excelso STF, proferida nos autos do pedido de Suspensão de Segurança n° 1.203-DF formulado pelo D. Federal, no caso da tentativa de remoção da Vila ‘Estrutural’, no ano de 1997).

Mas a surfistinha de Rollemberg não está nem aí para o STF nem para a Câmara Legislativa do Distrito Federal, onde compareceu na tarde de 7 de dezembro, para cuspir sua petulância nos deputados distritais.

Raimundo Ribeiro (PSDB) considerou estúpida e pretenciosa a atitude da fiscal diante de uma plateia repleta de eleitores que representam milhares de votos, capazes de enterrar Rollemberg para sempre nos escombros produzidos por sua funcionária autônoma.

No site da Agefis, na página do “Quem é quem”, não há ninguém, apenas a informação: “em atualização!” Estranho…

Um grande acerto dos deputados seria a instalação da CPI da Agefis. As ações das derrubadas da surfistinha precisam ser investigadas. Denúncia de condôminos indica que mais de 100 mil residências serão construídas nas áreas demolidas. Até aí, sendo verdade, tudo bem, desde que não sejam edificadas por construtoras que contribuíram para a campanha de Rodrigo Rollemberg, afirmam.

No mês do Natal e das famílias, Bruna promete deixar de presente para milhares de crianças na árvore do Papai Noel muitos pais em prantos. Assim está construindo sua própria desgraça que será proporcional ao seu prazer e intensidade, segundo os desabrigados.

A destemida demolidora não convoca a imprensa para cobrir outras funções da Agefis, como a fiscalização do lixo, por exemplo, uma atribuição da agência. Acontece que no lixo estão os poderosos que ela não tem coragem de enfrentar.

Muitos políticos sérios já prometeram acabar com a Agefis, enquanto Rollemberg prefere abrir espaço para multiplicar os problemas da população. Não há planejamento, projeto, recursos ou interesse em iniciar imediatamente a recolocação dos despejados em novas residências. O que está por trás de tudo é o que intriga os cidadãos que não encontram oferta de áreas legais para abrigar suas famílias.

Se a Bruna continuar surfando em cima dos tratores, tremendo de prazer, a reação coletiva pode deixar de ser pacífica. É o temor de profissionais de segurança consultados.

Só a surfistinha não teme a população, as classes sociais, o voto. Talvez seja esse o motivo da omissão dos nomes e telefones dos seus comandados no site oficial da agência que, grife-se, é público.

Ao que tudo indica, os movimentos tântricos das derrubadas são mesmo um exercício que vicia. Só uma leoa para deter a ousadia da concorrente em sua própria casa. Se Celina Leão não arranhar a rival com uma bela CPI, então as festas de fim de ano vão ficar mesmo para 2018. Feliz réveillon.

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