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Nudez em Tambaba

Bumbum bronzeado entrega traição de Osvaldo

Publicado

Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Produção Irene Araújo

Tudo teria começado por conta de aleivosia. Pois é, de uma maldita aleivosia, bem ali naquela esquina, onde dobra pra praia de Cabo Branco, na aprazível João Pessoa. Quer dizer, a deslealdade começou ali, mas terminou no município vizinho, Conde.

– Você é um mau-caráter, Osvaldo!

– Não sei de onde você tira essas ideias, Amélia.

– Aliás, nem mau-caráter você é. Falta-lhe caráter para tanto!

Para encurtar a história, esses dois eram casados, pelo menos até aquele momento. Os pombinhos foram passar uma nova lua de mel após 25 anos de união. Que celebração! Nada de filhos, todos já bem crescidos. Nada de netos, mesmo porque estes ainda não haviam sido concebidos.

Pois bem, lá estava o casal sentado na canga sobre as areias branquinhas em frente ao mar, lindo mar, quando, por esses descuidos que podem acontecer com qualquer um, os olhos nos traem e observam corpos alheios. O descuido, tudo bem, o problema não foi apenas o olhar, mas a sua persistência em acompanhar o traseiro dançante de uma beldade de lá seus 30 anos, quiçá 35. Pior, então, foi o sorriso nos lábios sobre o vasto bigode. Sorriso, aliás, do tipo que entrega desejos reprimidos. Pura traição!

Não adiantou palestra pra convencer Amélia do contrário. O dia acabou ali mesmo debaixo daquele céu azul. Furiosa, a mulher voltou para o hotel e pensou até em fazer as malas e voltar para casa. Mas desistiu diante do cardápio do almoço. Bobó de camarão, arroz branco e torta de limão para sobremesa. Quem resiste a tal mimo? Amélia não seria indiferente à tamanha regalia, ainda mais porque tudo já estava pago.

Almoçou sozinha, enquanto Osvaldo foi conhecer a cidade. Rodou tanto, que acabou esbarrando com a dona daquele traseiro, o mesmo traseiro da discórdia. Sorriso daqui, sorriso dali, convidou a mulher para um passeio, mas ela propôs outro.

– Já conhece Tambaba?

– A praia dos pelados?

A mulher, que se chamava Cristina, riu da maneira como Osvaldo se referiu à famosa praia de naturismo de Conde. Todavia, ainda naquele início de tarde, o casal de última hora se dirigiu até lá, onde se despiram diante de toda a deslumbrante natureza. Ficaram como vieram ao mundo durante o resto do dia, até que começou a escurecer e, então, o homem se lembrou de que precisava voltar para o hotel para salvar seu casamento.

Mal pisou no quarto, percebeu a esposa entretida com o aparelho celular. Disse boa tarde, apesar da noite já se fazer presente. Não obteve resposta. Pegou a toalha e se dirigiu ao banheiro.

Debaixo do chuveiro, Osvaldo não percebeu que Amélia entrou no banheiro. Parece que foi retocar a maquiagem e, boba que não era, percebeu que o bumbum do marido estava vermelho, como se tivesse pegado sol. Ela até pensou em questioná-lo, mas estava com fome, e o jantar no restaurante do hotel já estava servido há tempo.

Naquela noite, quando o casal já estava deitado, Osvaldo tentou uma investida, mas foi logo repelido pela mulher. Nada de reconciliação, ainda mais depois do que Amélia havia visto no banheiro. Ah, não mesmo!

O dia amanheceu e a cizânia continuou firme naquele quarto. O esposo, já sem esperanças de conquistar um perdão, desceu para o saguão do hotel, onde tomou café da manhã. Retornou ao quarto meia hora após. Nada da esposa. Para onde ela teria ido?

O homem ainda aguardou por uma hora, depois por mais meia hora. Fez um acordo com a própria consciência e firmou que, caso Amélia não retornasse dentro da próxima meia hora, telefonaria para Cristina. E foi o que fez assim que o prazo venceu.

Diante do fruto da discórdia matrimonial, não tardou, Osvaldo propôs passarem o dia novamente na praia de Tambaba. E foi o que fizeram. Que Amélia se virasse pelas lojas de João Pessoa e comprasse todas as lembrancinhas que quisesse levar para casa.

Osvaldo e Cristina, mal pisaram nas areias de Tambaba, retiraram a roupa e a colocaram em uma mochila. E lá foram os dois, livres, leves e solto, para uma mesa do restaurante logo adiante. Pediram dois sucos de laranja e conversaram futilidades, até que, de repente, surge, do nada, a Amélia. Totalmente sem roupa e despida de qualquer pudor.

– Oi, Osvaldo! Há quanto tempo!

O homem arregalou os olhos, enquanto Cristina ficou sem entender aquilo. Ele tentou balbuciar alguma coisa, mas a gagueira instantânea o impediu de prosseguir a conversa. No entanto, para surpresa dele, Amélia estava sorrindo um sorriso que ele não conhecia. Osvaldo tremeu na base, mas logo o medo tomou outro rumo e se desfez em humilhação. É que, não tardou, surgiu um homem ao lado da esposa. Mas não um tipo comum, se é que você me entende.

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