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Verba indenizatória

Buriti manda fazer pente fino em adversários de Rollemberg

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Autor/Imagem:
José Seabra

Agentes da Delegacia de Combate ao Crime Contra a Administração Pública (Decap) estão se debruçando sobre velhos processos. A orientação teria partido do Palácio do Buriti. Notibras apurou que a ordem, dada diretamente pelo governador, mira adversários políticos de Rodrigo Rollemberg.

Uma das denúncias que sai da gaveta envolve um influente personagem de Brasília, que teria desavenças com o governo. O nome não pode ser revelado porque o inquérito estaria com o carimbo de ‘segredo de justiça’, fato incomum quando se trata de dinheiro público.

O inquérito policial em questão é de suposto desvio de verba indenizatória. O investigado tem assento na Câmara Legislativa e chegou a negociar alianças do seu partido com Rollemberg. Mas, como as conversas naufragaram, o governador decidiu usar a força da sua caneta.

O processo de suposto desvio de verbas teve início há mais de três anos na 2ª Vara Criminal de Brasília. Até agora, porém, o caso está ‘em apuração’. O responsável pela ação é o delegado-chefe da Decap.

As informações sobre a morosidade das investigações são contraditórias. Uma pilha de documentos chegou a a ser manuseada por desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal. O Ministério Público, que encaminhou as primeiras denúncias, foi acionado para produzir mais provas.

Não bastasse esse caso específico, há na Decap inquéritos que fazem o circuito relator-procuradoria e retornam para a delegacia para novas diligências. Sobre o desvio de verbas indenizatórias, passados três anos, Rollemberg decidiu que está na hora de condenações.

Agentes que trabalham em casos de crimes contra a administração pública avaliam que há como condenar, se for o caso, eventuais culpados. Citam, a título de ilustração, a Operação Dracon, deflagrada na atual legislatura e em pouco tempo a denúncia estava no Conselho Especial do Tribunal de Justiça.

– A tinta da caneta está sangrando. Lamentavelmente, alguns deputados que gozam de maior prestígio no Palácio do Buriti contam com a prescrição da pena para seguir na vida pública”, desabafou um representante do Ministério Público em conversa com Notibras.

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