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De matar

Calçadas são como sete palmos de Morte e Vida Severina

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@donairene13 - Foto Francisco Filipino

Há muitos assuntos que merecem a atenção dos governantes, claro. Mas hoje eu quero chamar atenção para algo que, para muita gente, pode parecer banal, quase prosaico, mas que para mim é de extrema importância: as calçadas.

Esse chão por onde passamos todos os dias sem perceber, mas que carrega em si a possibilidade (ou a impossibilidade) de viver a cidade. Uma calçada malfeita, cheia de buracos, irregular, não é só um incômodo estético. Ela é um obstáculo, uma barreira física e simbólica que exclui pessoas do direito de circular com autonomia.

Pense nos idosos, que já caminham com mais cuidado e precisam de firmeza no chão. Pense nas pessoas com deficiência, nos cadeirantes, nas pessoas cegas, que dependem de acessibilidade para se mover. Pense nas grávidas, nas crianças pequenas, em alguém que acabou de sair de uma cirurgia e precisa reaprender a andar com segurança. Para todas essas pessoas, cada degrau mal planejado, cada desnível, cada buraco aberto é um risco real de queda, de machucado, de medo.

Calçada boa é calçada democrática. É um pedaço de cidade que convida todos a andar, a se encontrar, a ocupar os espaços públicos. Uma calçada segura promove convivência, faz com que a vida urbana seja mais inclusiva, mais justa, mais humana.

Por isso, eu insisto: cuidar das calçadas não é detalhe. Não é frescura. É política pública, é cidadania, é saúde, é dignidade. Quero viver numa cidade onde caminhar não seja um privilégio de quem tem sorte de ter equilíbrio e agilidade, mas um direito de todos.

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