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Covers

Cantores bons que ‘roubam’ as almas dos ídolos

Publicado

Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Acervo Pessoal

Não sei se você já assistiu ao filme argentino “O último Elvis”, mas creio que está em tempo. O enredo gira em torno de um intérprete das músicas do famoso cantor. Melhor, o cara se acha o próprio Elvis, inclusive diante de outros covers, como acontece em uma conversa durante uma convenção de imitadores.

Pois bem, lá está o Elvis, quando chega o Iggy Pop e puxa conversa. Este diz que o mundo dos imitadores estava ruim, mas não os do Rei do Rock, pois o Elvis teria voltado a ficar na moda. Eis que o cara se vira para o Iggy e diz que ele, Elvis Presley, havia começado aquilo tudo e nunca teria saído de moda.

O dilema do Elvis do filme, creio, é o de parte dos imitadores do famoso cantor. É que o próprio Elvis, por mais original que tenha sido, sempre esteve no limite entre o legal e o ridículo. No entanto, tal papel, por mais complicado que fosse, quase sempre foi muito bem interpretado por ele. E, se foi difícil para o próprio Elvis ser Elvis, imagine para tantos e tantos milhares de imitadores espalhados pelo mundo.

Longe de mim querer menosprezar o trabalho de covers. Não mesmo! Esse grupo de profissionais tem um papel importante no meio, pois ajuda a manter viva a arte do ícone. Todavia, não precisa ser o retrato fiel do original, mesmo porque ele também é um artista e tem seu próprio modo de interpretar. Além disso, o público tem a oportunidade de se conectar ao seu ídolo através da interpretação de outrem, que, em certos casos, é até melhor do que o original.

Pois bem, tenho o privilégio de conhecer algumas pessoas que fazem trabalho de cover. Um deles é o Lindy Naldo, integrante do HitKover, trio carioca que, além do Lindy, é composto pelo Fael Kariok e pela Bruna Rojas. Esses três cantores se apresentam por todo o Rio de Janeiro levando interpretações únicas e carismáticas de vários artistas, dos mais variados estilos. Por causa de tanto sucesso, o trio possui até fã clube dos moradores do Lido, o famoso Posto 2 de Copacabana. Entre as tietes, destacam-se a Malu, a Terezinha e a Luciana.

Um dos espetáculos promovidos pelo HitKover é o Beatles Forever. A Bruna, nesses momentos, dá lugar para outros dois também competentes cantores: Arthur Hauer e Diego Myller. E afirmo que mesmo aqueles que não são necessariamente fãs dos quatro rapazes de Liverpool também irão curtir demais o show. E até os mais ardorosos aficionados admitirão que a famosa banda inglesa está bem representada.

E por falar em The Beatles, nada mais apropriado do que mencionar os seus primos com fama de rebeldes. Sim, isso mesmo, The Rolling Stones. E não é que também conheço uma galera aqui em Porto Alegre que manda muito bem tocando as músicas de Keith Richards, Mick Jagger e companhia?

O grupo gaúcho se chama It’s Only Stones e é formado pelo meu grande amigo Marcio Petracco (guitarra), Marcos Vinícius (vocal), Rica Sabadini (guitarra), Fábio Ly (bateria), Beto Bass, vulgo Cabeça (baixo), além das participações eventuais de King Jim (saxofone) e Murilo Moura (teclados). Os caras são músicos incríveis, tanto é que o público não consegue ficar parado quando começam os primeiros acordes de “Jumpin’ Jack Flash” ou “Under My Thumb”.

Nesse mundo cover, coisas estranhas acontecem. Uma delas, é que o Petracco, que foi um dos fundadores da antiga banda gaúcha TNT, parece eternamente preso aos próprios sucessos de outrora. Ele, rindo com aquela cara de espanto, me disse: “Dudu, o mais estranho é que, não raro, sou obrigado a fazer cover de mim mesmo.” Ele, aliás, possui participações em diversas outros grupos e, hoje em dia, além do “It’s Only Stones”, é um dos componentes da excelente banda Graxelos, que está com disco novo na praça: Shangri-lá.

Quero terminar esse texto com uma conversa que tive com o Lyndy, que, aliás, é meu amigo há tempos. Ele, com aquele jeitão tímido quando está fora dos palcos, me confessou há alguns meses que estava a fim de fazer um espetáculo com músicas do Ney Matogrosso, mas que precisaria treinar mais os agudos. É que o Lindy é barítono. Foi aí que o chamei para um canto e afirmei: “Cara, e o que tem isso a ver? Cante do seu jeito, que tenho certeza de que o público irá aprovar sem ressalvas. As pessoas não querem ver alguém igualzinho ao Ney, mas um artista que consiga captar a alma dele.”

Serviço
Contato HitKover: (21) 98503-8187
Contato It’s Only Stones: (51) 99311-2261
Contato Graxelos: (51) 99152-4535

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