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Incômodo do futuro

Casa tecnológica pode ser demais para nós

Publicado

Autor/Imagem:
Anelisa Lopes

Como será a casa do futuro ideal? Quase que completamente automatizada e com muita tecnologia, o que envolve a integração de celulares e notebooks a fechaduras de portas e janelas, abastecimento da geladeira e manutenção da temperatura do ar-condicionado? Para muitos, parece um sonho. Para mim, sinceramente, não serviria.

Explico o porquê: para começar não sou a pessoa mais adepta a smartphones e afins. Claro que facilita demais meu dia a dia, mas consigo passar mais de dias sem acessá-lo. E, diante disso, não me vejo daqui a cerca de três décadas mais antenada que hoje. Pelo contrário. Acredito que, possivelmente, terei desacelerado e me dedicado a atividades realmente manuais. Em segundo lugar, minha preocupação em algumas décadas será adaptar o espaço às minhas condições – e não o contrário: altura de armários, luminosidade em áreas de circulação, largura de corredores e portas, entre outros ajustes…

A casa do futuro, de um modo bem racional, será sua casa quando você estiver idoso. Já parou para pensar nisso? Aposto que não, pois eu também não tinha me atentado ao fato até ler uma notícia que falava a respeito de que a população idosa deverá ter mais que dobrado lá por 2040. Ou seja, daqui a somente 20 anos.

Pensamos em como tornar nossa rotina mais prática e funcional por meio de gadgets, mas nos esquecemos de que um tapete mal colocado em meio à sala pode ser uma armadilha para quem tem mais idade. Ou, simplesmente, que camas e sofás podem não ter a altura ideal para que pessoas em uma faixa etária avançada consigam se apoiar tranquilamente ou se sentar e se levantar sem dificuldades.

E o banheiro? Banheiras com televisão e aquecimento automático, mas tudo com comandos cheios de letrinhas bem pequenas que a partir dos 45 anos fica difícil de ler.

Pensar o futuro não é apenas inserir tecnologia em nosso dia a dia. É torná-lo seguro, funcional e confortável, afinal, quem usufruirá dele será nada menos que nós mesmos. Pequenas mudanças podem ser muito mais proveitosas que a pura e simples modernização de tudo.

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