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Malulinha, a gauchinha

Cheiro de melancia faz fujonas darem as caras

Publicado

Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Irene Araújo

Lá estava a Dona Irene desesperada, pois havia perdido a filha de vista por um minuto. Um mísero minutinho! Cadê aquela garota?

– Malulinha, cadê você? Malulinha!!!

Nada! Nadica de nada da menina, que, bem antes de andar, já engatinhava pela casa à procura de aventuras. Mas cadê essa guria? Vamos tentar ajudar aquela mãe desesperada, que havia se distraído com a Bebel e a Clarinha por um instante. Ah, essas duas outras são as irmãs caninas da Malulinha. Irmãs de sangue, pois, não raro, as três se engalfinham por conta de uma bolinha.

Nascida e criada no Menino Deus, o mais tradicional bairro de Porto Alegre, a Malulinha possui alguns amiguinhos por ali. Pois é, ela se diverte muito com o Serginho, que é apenas dois dias mais velho. Dois dias! Acredita nisso? Também apronta muitas com a Nena, que vive reclamando dos preços de tudo. Outros coleguinhas são a Jojô, a Florisbela, o Bicudo e o Ravi.

Mas voltemos à residência da Malulinha, onde sua mamãe já estava arrancando os cabelos de tão desesperada. Olhou debaixo das camas. Nada. Olhou dentro dos armários. Nada. Olhou até dentro da máquina de lavar. Nada. Onde teria se metido aquela espoleta?

Dona Irene, de tão aflita, nem percebeu que a Bebel e a Clarinha também haviam desaparecido, tamanha a preocupação com a caçulinha da trupe. Na verdade, ela até percebeu, mas demorou um tempinho. É que ela se lembrou de pedir ajuda às suas filhas caninas para encontrar a Malulinha. Mas cadê aquelas duas? Aliás, cadê aquelas três?

A campainha tocou. A mulher foi atender. Era o Dudu, seu marido, que trazia duas melancias, uma em cada mão, o que o impediu de abrir a porta.

– Olha o que eu trouxe!

– Nem precisava falar.

– Ué, o que houve?

– A Malulinha desapareceu!

– Como assim?

– Não sei como.

– Cadê a Bebel e a Clarinha?

– Sumiram também. Não faço a menor ideia de onde aquelas três podem estar. Já revirei toda a casa e nada.

– Será que elas não foram dar uma volta na pracinha?

– Não, pois as coleiras estão aí penduradas na porta.

– Hum… Tenho uma ideia!

– Que ideia, Dudu?

O homem foi até a cozinha, lavou uma das melancias e a partiu. Colocou vários pedacinhos em uma grande bacia e, em seguida, voltou a conversar com a esposa.

– Amor, que tal comermos uma melancia inteirinha só nós dois?

Não deu outra! De dentro de uma enorme caixa de papelão, que estava bem ali no canto da sala, eis que surgem as três irmãs. Elas estavam brincando de pique-esconde com a mãe, que não sabia que estava naquela brincadeira. Bobas que não são, trataram logo de sair do esconderijo, pois adoram melancia.

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