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Super-homens

Cientistas enfrentam mistério dos imunes à Covid

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Autor/Imagem:
Bartô Granja, Edição - Foto Divulgação

Pode-se manter o distanciamento social, usar máscaras, usar desinfetante, evitar eventos públicos e ainda pegar Covid-19, enquanto outros não seguem as regras de segurança, participam de grandes eventos, abraçam e beijam pessoas e, mesmo assim, não contraem a doença? Como isso é possível? Cientistas de todo o mundo estão tentando resolver esse mistério.

Uma razão potencial é que algumas pessoas podem ser geneticamente resistentes ao Covid-19. Tal resistência tem sido apresentada em indivíduos a diferentes doenças, como malária ou HIV. O professor András Spaan, da Rockefeller University, em Nova York, acredita que aqueles que são resistentes ao COVID-19 não possuem o receptor usado pelo patógeno do coronavírus para entrar nas células.

O professor Spaan diz que é improvável que a maioria daqueles que evitaram se infectar com a doença seja geneticamente resistente, mas que tenha alguma proteção imunológica parcial. Este foi o caso de Phoebe Garrett da Inglaterra. O jovem de 22 anos participou de testes no ano passado, que viram pesquisadores tentando infectar pessoas com COVID-19. Entre outras coisas, os indivíduos pingavam o vírus vivo em seus narizes e fechavam as narinas por várias horas. Phoebe não pegou a doença.

“Tivemos várias rodadas de testes e diferentes métodos de teste: zaragatoas da garganta, zaragatoas do nariz, outros tipos de zaragatoas que eu nunca tinha feito antes, como mechas nasais – onde você segura um cotonete no nariz por um minuto – bem como exames de sangue, mas nunca desenvolvi sintomas, nunca testei positivo. Minha mãe sempre disse que nossa família nunca pega gripe, e eu me pergunto se talvez haja algo por trás disso”, disse o jovem de 22 anos.

No entanto, em janeiro, a jovem foi infectada com Ômicron, uma cepa de Covid-19 que os médicos dizem ser mais infecciosa do que outras variantes e capaz de escapar de vacinas.

Durante os testes, Garrett não foi a única pessoa que não pegou o coronavírus. Dos 34 que foram expostos ao vírus, 16 não desenvolveram uma infecção, embora metade dos participantes tenha testado transitoriamente para baixos níveis de Covid-19.

De acordo com o professor Christopher Chiu, do Imperial College London, que liderou o estudo, isso pode ser explicado com o sistema imunológico desses indivíduos desligando rapidamente a infecção embrionária.

“Em nossos estudos anteriores com outros vírus, vimos respostas imunes precoces no nariz associadas à resistência à infecção. Juntas, essas descobertas implicam que há uma luta entre o vírus e o hospedeiro, o que em nossos participantes ‘não infectados’ resulta em prevenção da infecção decolando”, disse o professor Christopher Chiu.

Ainda outra possível razão pela qual alguns indivíduos são resistentes ao COVID-19 é que seus corpos podem se livrar da doença antes que ela estabeleça uma presença permanente no corpo. O Dr. Leo Swadling, da University College London, monitorou um grupo de médicos que foram regularmente expostos a pacientes com COVID-19, mas nunca testaram anticorpos positivos ou desenvolveram.

Exames de sangue revelaram que cerca de 15% dos profissionais de saúde tinham células T que reagem contra a doença, além de outros marcadores de infecção viral.

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