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Lições do isolamento

Como ter uma boa adega e preservar vinho em casa?

Publicado

Autor/Imagem:
Ana Lourenço

Depois de meses no isolamento, aprendemos que ao invés de estocar papel higiênico em nossas casas, deveríamos ter estocado vinho. A procura pelo produto no mercado foi aumentando mês a mês desde o início do ano – tanto no mercado quando em e-commerces especializados – além do crescimento de interesse das pessoas por cursos sobre enocultura durante a quarentena. De acordo com dados da Ideal Consulting, o consumo per capita de vinhos e espumantes no Brasil aumentou 72% em relação ao primeiro trimestre do ano.

Com isso, claro, a procura por adegas residenciais cresceu. “A gente pensa em uma adega porque o vinho não gosta de variação de temperatura, vibração e cheiro”, conta a colunista do Estadão e especialista em vinhos Suzana Barelli. Por essa razão, não é recomendado que se guarde vinhos em ambientes próximos a uma fontes de calor como lareira, fogão e churrasqueiras – ou embaixo das escadas, pois vai causar trepidação e pode afetar a evolução do vinho.

De acordo com a arquiteta Cristiane Schiavoni, dificilmente um projeto de interiores não tem um bar ou uma adega. “Claro que o tamanho depende do tanto que a pessoa consome vinho e o espaço que tem disponível”, diz.

Como escolher uma adega para vinhos?
De maneira geral, existem três possibilidades de ter um cantinho dedicado para os vinhos em casa: quartinho, adegas portáteis ou parede de vinhos. Independente da escolha, o ambiente deve ser climatizado e com ventilação. “Em um ambiente climatizado o vinho evolui, mas devagar”, pontua Suzana. Lembrando que ambientes que não tem ventilação podem estragar o vinho de outras maneiras, como com a possibilidade de propagação de fungos.

Como organizar uma adega?
“A organização é importante para bebermos o vinho ou antes do tempo dele ou na hora certa, nunca quando ele já está passado”, explica Suzana que dá como exemplo aquele vinho incrível que costumamos guardar para uma ocasião especial e acabamos esquecendo. “Eu organizo por país e região, mas eu acho que a organização tem muito a ver com o estilo da pessoa”, diz ela. Uvas e data de fabricação são outras opções possíveis.

De qualquer forma há algumas regras a serem seguidas. O vinho branco gosta de temperaturas mais baixas e normalmente os espaços inferiores da adega são mais frios do que os superiores. Por isso, a ordem certa seria, de baixo para cima: espumantes, vinhos brancos, tintos mais leves – como Pinot Noir ou Pinotage – e então, os mais encorpados na parte de cima – como Cabernet Sauvignon ou Syrah.

Como fazer o armazenamento dos vinhos?
Além de organizar a sua adega pensando na validade e na temperatura ideal para cada vinho, guarde suas bebidas deitadas. “A rolha de cortiça deve estar um pouco úmida o tempo todo. Se ela ressecar, pode vazar vinho ou entrar oxigênio”, ensina Suzana. Por isso, deixamos vinhos deitados, de forma que a cortiça sempre ficará em contato com o líquido. Já as garrafas de rosca, podem ficar em pé.

Ainda pensando no oxigênio, o vilão do vinho aberto, é importante lembrar que o tinto tem uma vida mais curta do que o branco. Depois de aberto, dependendo do vinho, ele pode ficar até cinco dias na geladeira. “O vinho pode voltar para a adega depois de aberto, mas eu prefiro a geladeira. Dessa forma o vinho fica mais gelado e isso segura mais a evolução dele”, sugere a especialista.

Uma ótima maneira para garantir que o oxigênio não prejudique seu vinho é o acessório Vacu Vin, uma bomba a vácuo para vinhos que garante que todo o oxigênio saia da garrafa depois de aberta. Na lista de compras, coloque também um bom saca rolhas e um vinho da sua preferência. Sirva com um bom prato e um ótimo filme. Voilà!

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