Confissão/confusão

Clareia a noite pariu o dia as aracuãs namoram na minha janela enquanto o Sol chega de mansinho morninho morninho trazendo o contraste das formas a definição da vida que gira e gira na pista das estrelas no universo de rotas traçadas com lápis de giz de cera em papel crepom rabiscando antigas e novas civilizações como num filme distópico cravado de enredos velozes multifacetados o espaço é infinito sem eira nem beira na dimensão de mundos a serem descobertos pilotando a nave louca em busca de luz no breu das galáxias e la nave vá e tudo gira e a vida segue e sempre seguirá como uma batida perfeito do violão de João Gilberto fazendo harmonias celestiais enquanto Hermeto sopra a chaleira genial e Paulo Freire educa marcianos e venusianos saídos de outra S-fiction o som orienta as rotas e as trilhas da Nova Era embaralhamento de notas bemóis sustenidas diapasão de desafios afinados desafinados dentro e fora do tom nestas veredas já não há mais métricas nem pontuação

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Clareia a noite pariu o dia

as aracuãs namoram na minha janela

enquanto o Sol chega de mansinho morninho morninho

trazendo o contraste das formas

a definição da vida que gira e gira

na pista das estrelas

no universo de rotas traçadas

com lápis de giz de cera em papel crepon

rabiscando antigas e novas civilizações

como num filme distópico cravado de enredos velozes multifacetados

o espaço é infinito sem eira nem beira

na dimensão de mundos a serem descobertos

pilotando a nave louca em busca de luz

no breu das galáxias e la nave vá

e tudo gira e a vida segue e sempre seguirá

como uma batida perfeita do violão de João Gilberto

fazendo harmonias celestiais

enquanto Hermeto sopra a chaleira genial

e Paulo Freire educa marcianos e venusianos saídos de outra S-fiction

o som orienta as rotas e as trilhas da Nova Era

embaralhamento de notas bemóis sustenidas

diapasão de desafios afinados desafinados

dentro e fora do tom

nestas veredas onde já não há mais métricas

nem confusão nem pontuação

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Gilberto Motta é escritor, jornalista, professor/pesquisador de viagens intergalácticas, formas de escritas e sons abissais infinitos. Vive na Guarda do Embaú, pequena vila de pescadores no litoral Sul de SC.