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Balaio de gatos

Covid piora com erro nos estados, STF e Planalto

Publicado

Autor/Imagem:
Ka Ferriche

Chegamos ao absurdo de uma terra de macunaímas. Quando um ministro do STF exige a apresentação de um exame de fezes do presidente da República – sob qualquer justificativa, é a mesma coisa que impor à exposição pública um laudo de Covid-19, de câncer, de tipo sanguíneo, de alcoolemia, de gravidez, não há diferença nenhuma – os sinais de anomia no Poder Judiciário passam a ser preocupantes.

Quando um magistrado demite monocraticamente um servidor do Executivo, um poder independente, sem que haja sobre o nomeado qualquer impedimento constitucional, algo de muito grave corre nos subterrâneos de um país que todos acreditam ainda ser democrático.

Quando, por ordem daquele autodenominado maior poder entre todos os demais (o STF), decide que a política sanitária nacional será determinada por 27 estados e mais de 5.700 municípios, independente da orientação do legítimo poder central, que é a Presidência da República, deixa a clara sugestão de que o Brasil não tem presidente. Que os brasileiros, a esmagadora maioria deles, não elegeram ninguém.

Estabelecem uma desordem, mas exigem do presidente, que para eles é invisível, o patrocínio da farra de governadores e prefeitos. É… para pagar a conta ele existe. Estados brasileiros podem estar cometendo aquilo de que Bolsonaro é acusado: genocídio. Ao retirar o transporte individual das ruas – automóveis -, que é uma forma de isolamento social em movimento, São Paulo empurra a população para as câmaras de “gás” corona, os trens da contaminação e morte, que são ônibus e metrô, impiedosamente.

O governador Dória, com a anuência estranha do STF, dá risada da cara de Bolsonaro no conforto de sua mansão, enquanto espera a pandemia chegar a níveis maiores do que os dos EUA. Talvez seja o combinado com aquela emissora de TV que emprega a jornalista que afirmou que Alexandre Garcia está gagá. Essa mesma jornalista é saudosista, com certeza, também tão antiga como os aparelhos de Telex…

Dória gosta de ser o maior, a vedete das manchetes. A desconstrução do comando do país promovida por ministros do STF que ignoram a meritocracia, agravada pelo fato de um deles ter afirmado que se o presidente não seguir a Organização Mundial da Saúde – OMS, ele vai usar e abusar da sua função que, aliás, os brasileiros já não sabem mais originalmente qual é (imaginavam que era julgar questões constitucionais). Chegamos ao absurdo, um teste de resistência, de tolerância, de resignação, só pode ser isso.

Quem é a OMS? Ela não representa um tratado internacional do qual o Brasil é signatário, como existem outros do pós-guerra, onde todos devem cumprir compromissos compulsórios. A OMS não é um tratado, é apenas uma lavanderia de orientações, encarregada de sugerir caminhos, de dar palpites, que podem ser ou não aceitos pelas nações autônomas, patrocinada pelos países consorciados que mantêm a instituição, hoje contestada pelo seu maior contribuinte, os EUA, por ser dispendiosa, incompetente e suspeita.

O deboche imposto pelo STF é tão acintoso que um de seus ministros – apenas uma única pessoa – elege a opinião dessa organização como soberana, acima das orientações do poder nacional, representada hoje pela maioria dos brasileiros pelo presidente Bolsonaro. Poderia ser qualquer outro o presidente, desde que eleito pelo voto, mas a afronta à Constituição teria a mesma gravidade. Ou não? É assim mesmo, vamos tocar a zona total no arraial, já que não existem um cabo e um soldado de plantão?

Esses indicados às cadeiras supremas, que não foram eleitos pela maioria dos brasileiros, ganharam superpoderes. Quem forneceu a eles essa condição? A TV platinada? O Senado omisso? Isso precisa ser muito bem explicado à população.

Pode ter a aparência de um problema menor, mas definitivamente a comunicação do Planalto deve ser responsabilizada pela situação anômica que estamos vivendo. No próximo artigo, faremos uma exposição fundamentada sobre isso. Uma dica: qual a razão da comunicação do Palácio do Planalto não promover campanhas informativas, explicando o que está ocorrendo, apenas isso, para a população brasileira entender e veicular nos intervalos do Jornal Nacional? Não há impedimento sobre isso, ao contrário, são obrigados a divulgar.

A tabela de preços é aquela praticada para todos. Basta criar campanhas informativas dizendo a verdade. A questão é técnica, facilmente verificada. Continuar fazendo posts da Peppa não é papel para um setor fundamental ao futuro dos brasileiros. O STF só avançou tanto fora dos seus limites pela falta de uma comunicação profissional – que não precisa iludir, enganar, manipular – bastaria dizer a verdade utilizando os mesmos canais que estão consolidando a anomia geral e a morte no Brasil.

O quarto poder, presidente, acredite, é a comunicação. Não a sua, primária, irresponsável e incompetente, que não é capaz de reverter algo que qualquer profissional experiente teria resolvido. A sua comunicação social inexistente é responsável pela pandemia de autoritarismo, inconstitucionalidade e deboche que estamos vivendo. Acredite, a sua comunicação é a pior do mundo, e aqueles que afirmam isso e torcem pela democracia não desejam nem chegar perto do Palácio do Planalto. Só querem justiça. Não a porcaria que estamos vendo.

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