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Imprensa fez carnaval

CPI da Covid chega ao fim sem encontrar pelo em ovo

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Major-brigadeiro Jaime Sanchez - Foto Pedro França

Mergulhada em sua crise de abstinência das orgias fraudulentas com verbas públicas, sem notícias de corrupção no governo e sendo engolida pelas redes sociais, a mídia tradicional, desidratada e moribunda, agarra-se como sobreviventes de um naufrágio ao sofrimento das famílias que choram as perdas pela Covid 19 e às narrativas de uma CPI cada vez mais desmoralizada e ridicularizada.

Acompanhando a tendência de um número cada vez maior de países, a Noruega voltou à sua vida normal em setembro e, segundo o site “dunapress.org”, Geir Bukholm, diretor assistente do Instituto Norueguês de Saúde Pública, afirmou que “o coronavírus agora pode ser classificado com doenças como gripe, resfriados comuns e RS (vírus sincicial respiratório)”.

Aqui no Brasil, tivemos, no dia da Pátria, uma aglomeração gigantesca de milhões de nacionalistas, em todo o território nacional, em que a maioria não usava máscara.

Apesar disso, a média móvel de mortes que era de 528 naquele dia, continuou recuando consistentemente até atingir hoje, 11 de outubro, 438, diferentemente das aglomerações dos carnavais genocidas, criminosamente mantidos por governadores e prefeitos mercantilistas, principalmente do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, contando com o incentivo e a propaganda mercenária da imprensa irresponsável.

O quadro sanitário resultante da aglomeração do 7 de Setembro demonstra cabalmente o absurdo que representa a obrigatoriedade do uso da máscara em ambientes abertos, não apenas nesta fase da pandemia, como em qualquer outra, especialmente em praias e parques, onde avultaram demonstrações de um autoritarismo ditatorial exacerbado por parte de muitos governadores e prefeitos.

Segundo consulta realizada pelo site AosFatos.org, no período entre 16 de março e 11 de agosto de 2019, o número de registros de óbitos causados por pneumonia alcançou 99.177 (670 por dia), enquanto por Insuficiência respiratória foram 42.141 (284 por dia), cuja soma (954) corresponde aproximadamente à média móvel atingida em 2 de agosto deste ano, mais que o dobro da atual.

Ainda que parte dessas mortes “festejadas” diariamente nos canais de televisão tenham ocorrido por complicações provocadas pela Covid, em muitos casos o quadro de saúde dos pacientes já era crítico devido a outras comorbidades.

O vírus continuará entre nós, assim como outros tantos micro-organismos patogênicos oportunistas que circulam nos shoppingcenters, casas de show, restaurantes, aviões, igrejas e outros ambientes fechados, causando enfermidades e, eventualmente mortes, como qualquer gripe, pneumonia e outras doenças comuns.

Essa linha de raciocínio permite inferir que a atual média móvel está dentro de uma realidade que não deverá alterar-se significativamente, a menos que, para o gáudio da imprensa macabra, venha uma nova cepa agressiva e que não seja vencida pelas vacinas existentes, para continuar a dar munição e audiência aos corvos falantes.

Ao contrário da pandemia, encerra-se nesta semana a temporada de fiascos da outra tábua de salvação da mídia, o Renaziz Circus, formado majoritariamente por senadores criminosos protegidos pelo foro privilegiado, figurinhas carimbadas da Odebrecht como o Atleta, Drácula, Jacaré, Cavanhaque, Cerrado e outros.

Sua melancólica turnê foi salva ao apagar das luzes pela atuação do empresário Luciano Hang, que lavou a alma do povo e de todos aqueles que foram maltratados, humilhados, pressionados e amaçados por um bando de sanguessugas da Nação.

Finalmente encontraram alguém que nada deve e nada teme e que os colocou nos seus devidos lugares de párias ignorantes de luxo que se arvoram de intelectuais e moralistas.

O que mais me impressionou no depoimento do empresário foi o fato de ele não haver usado uma vez sequer a expressão “Excelência”, numa atitude extremamente coerente, já que excelência faz referência a alguém que se pressupõe seja excelente.

Ao contrário, tratava-os todos por você, desafiando os atônitos e acovardados leões, acostumados a rugir assustadoramente contra qualquer depoente que os desrespeitasse minimamente ou ousasse contrariar as narrativas grosseiramente elaboradas para o relatório final pré-fabricado.

Com o mesmo prazer “orgásmico” com que a apresentadora Monalisa Perrone comenta as notícias mórbidas e as narrativas antibolsonaristas na CNN (Globo não assisto), degustei cada cena do Luciano apequenando um a um os seus prepotentes inquisidores.

Além das irônicas algemas e das placas de auditório ao estilo Discoteca do Chacrinha, com dizeres “Não me deixam falar” e “Liberdade de expressão”, Luciano Hang ainda teve direito a um vídeo de propaganda gratuita da sua empresa.

Selecionei alguns momentos inesquecíveis.

Como sempre, alienado do mérito dos debates e mergulhado no videogame do seu smartphone, o presidente Aziz, no seu padrão “Ofélia”, personagem do saudoso Chico Anísio, disparou do alto de sua arrogância imbecil: “se o senhor tivesse usado esse seu voluntarismo para salvar vidas, o senhor teria ajudado a salvar muitas vidas”. Em resposta, o acusado de desviar 260 milhões de recursos da saúde do seu estado foi obrigado a ouvir do empresário: “mandei 200 cilindros de oxigênio para a sua cidade”.

Botou a viola no saco e voltou para o seu joguinho.

Já o relator, Renan Calheiros, dono de uma mineradora de “cleptomoedas”, talvez o maior corrupto da história do Congresso Nacional, teve o descaramento de perguntar: “De onde vem essa submissão de mentir sobre a morte da sua própria mãe para não prejudicar a estratégia para ocultar a ineficácia do ‘tratamento precoce’, sem comprovação científica alguma?”

Reação de Hang: “Esse não foi só um crime de documentos, foi um crime moral, é uma desumanidade o que fizeram com a minha mãe”. “Eu acho que ter aberto o sigilo da minha mãe, tanto o prontuário quanto o atestado de óbito, foi o maior crime que essa CPI fez durante todo esse período”.

Faltava “o Drácula”. Em seu assento cativo na fila do gargarejo, após um dos seus costumeiros discursos de político exemplar, esquecendo-se de suas áureas atuações, seja pela acusação de ter recebido propina quando era Ministro da Saúde ou no caso da refinaria Abreu Lima, teve que ouvir com o rabo entre as pernas: “Eu esperava perguntas inteligentes e não narrativas. Foi muito triste, desculpa. Mas como senador da República o senhor devia fazer perguntas inteligentes pra que a gente pudesse esclarecer pra todo o Brasil alguma coisa sobre a Covid, sobre a pandemia, mas fazer um discurso político… É uma pena que o senhor não tenha me feito nenhuma pergunta. O senhor ficou 10 minutos falando mentiras e me acusando”.

Assim, vai chegando ao final uma palhaçada imposta e, ao mesmo tempo, esvaziada pelos Habeas Corpus Suprema Corte.

Matérias fartamente publicadas sobre cada um dos membros da Comissão deixam a certeza de que o grupo dos 7 foi escolhido com o objetivo bem determinado de buscar pelo em ovo.

Segundo o Portal da Transparência, “dos 11 congressistas titulares da comissão mista de acompanhamento de gastos e medidas do governo federal com a pandemia, 7 têm alguma pendência na justiça”.

Esse é um retrato fiel do quadro de parlamentares e da justiça podre que temos hoje no Brasil.

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