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Sangue no olhos

CPI quer pegar golpistas, do Eixo Monumental ao Setor Policial

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Pretta Abreu - Foto Carlos Gandra

A Comissão Parlamentar de Inquérito que vai apurar os atos terroristas ocorridos em Brasília nos dias 12 de dezembro de 2022 e 8 de janeiro último, definirá nesta quinta, 2, os nomes do presidente, vice e relator. Tem gente com sangue nos olhos, prometendo passar tudo a limpo, independente de onde estejam seus gabinetes, se no Eixo Monumental (onde se localizam o Palácio do Buriti e o QG do Exército) ou no Setor Policial, onde fica o comando da Polícia Militar.

Na quarta, 1, houve quem visse com desconfiança as palavras de Celina Leão, governadora em exercício, para quem “a direita do Brasil de bem não apoia atos de vandalismo e de depredação de prédios públicos. Não apoiamos isso, e respeitamos as pessoas que ganharam, democraticamente, as eleições do nosso País”.

Imagens flagradas durante a manifestação de Celina indicam que ela convenceu pouca gente. A oposição promete jogar duro, definindo, como um dos primeiros atos, questionamentos à própria governadora em exercício. Nesse caso, caberá à ‘Leoa’ mostrar coragem e depor presencialmente ou, usando das suas prerrogativas, responder a um questionário por escrito. O que se ouve nos corredores do Legislativo, porém, é que a situação de Celina é delicada.

A vice, no exercício da governadoria, tentou, mesmo, convencer – embora sem sucesso – representantes da oposição, ao enfatizar que não haverá dificuldade de diálogo com o governo. “Quero fazer um pacto Legislativo-Executivo, em que o Palácio do Buriti seja um local de diálogo com deputados da base e da oposição. Todos serão recebidos da mesma forma”, prometeu. Na tribuna da imprensa, houve parlamentar que coçou a orelha. “Se ela quer falar com deputados (que representam a sociedade) por que não fala a jornalistas que questionam suas posturas?”, observou um oposicionista, numa suposta ilação à perseguição de Celina a Notibras e a seus diretores.

O certo, a depender da atuação da CPI, é que a jaula vai ficar pequena para os movimentos de Celina Leão. Não fosse isso, ela poderia ter sido categórica, afirmando (o que não fez) acreditar firmemente no breve retorno do governador afastado Ibaneis Rocha. Ao contrário, Celina resumiu sua frase a uma “expectativa” em torno de fatos que provem que os motivos que levaram ao afastamento do governador são infundados.

O ruim da CPI, já se prevê, é que seus resultados poderão levar uma papelada para cima do muro. Afinal, dos seus sete titulares, apenas dois são de oposição verdadeira (Chico Vigilante, do PT, e Fábio Félix, do Psol). O resto é uma espécie de ‘Blocão’ do Legislativo brasiliense: Jaqueline Silva, Pastor Daniel de Castro,  Robério Negreiros, Hermeto e Joaquim Roriz Neto.

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