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A menina singular

Criança que planta semente colhe bons frutos

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Autor/Imagem:
Eduardo Martínez - Foto Irene Araújo

A menina, desde bem menininha, sempre pareceu alheia a tudo e a todos ao seu redor, como se buscasse algo muito além. A mãe não suportava aquela situação, pois desde sempre aprendeu o que era certo e o que não era tanto, já que fora adestrada com rigor pela própria mãe, que também fora condicionada pela avó.

Sentada numa pedra lisa, a menina fixava os grandes olhos de um lindo tom castanho, cílios enormes, como se fossem cortinas tentando esconder seus pensamentos.

Outras crianças corriam ao seu redor, numa gritaria sem fim, sorrisos largos e ingênuos, quase inocentes. Ela, todavia, demonstrava desinteresse, mas ninguém conseguia afirmar se era isso mesmo que acontecia.

A mãe, que tomava uma xícara de café com uma velha senhora, que ali chegara há pouco tempo, não tirava os olhos da menina. Inconformada com a imobilidade da filha, desabafou com a convidada, que já havia notado a singularidade da garota.

– Cabeça-de-vento!!!

– Cabeça que venta não é cabeça-de-vento.

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