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Palco da Anafe

Debate tem dois protagonistas e três coadjuvantes

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Autor/Imagem:
Pontes de Miranda Neto II - Foto de Arquivo

Délio Lins e Silva Jr e Renata Abreu, não necessariamente nessa ordem para comandar a Ordem, mas em ordem alfabética, foram os grandes vitoriosos do debate promovido pela Anafe entre os candidatos a presidir a Ordem dos Advogados do Brasil, Secional Distrito Federal, no exercício 2022/2024. Essa a voz corrente em grupos que reúnem advogados das mais diferentes tendências.

Como a disputa está virando uma novela de grande audiência, pode-se dizer, sem medo de errar, que Délio e Renata são os verdadeiros protagonistas da eleição, prevista para o dia 21 de novembro. Como coadjuvantes – dizer-se meros figurantes seria desrespeitoso – aparecem, sempre respeitada a ordem alfabética, Evandro Pertence, Guilherme Campelo e Thaís Riedel.

Délio, com um discurso firme e uma radiografia sem manchas da sua administração, tenta a reeleição; Renata, com fortes ligações com partidos de esquerda, sonha atrair para seu projeto quem faz oposição a Ibaneis Rocha; Evandro joga com o prestigioso e respeitado nome do pai, o ex-ministro Sepúlveda Pertence; Guilherme Campelo é visto como um candidato politicamente tradicional, que acredita ter um curral de apoiadores; e Thaís Riedel, é escudada pelo governador, ex-presidente da Ordem, homem pragmático e que, consequentemente, sabe até onde valeria a pena se expor em uma contenda em ano pré-eleitoral.

Das análises e comentários que circulam entre advogados, colhemos algumas pérolas:

Guilherme Campelo apresentou sua pior face, indicando que a fase é ruim. Mostrou uma imagem fabricada para impressionar. Propôs a redução da anuidade – sem nenhum estudo que justificasse a ideia -, com o mero discurso de corte de gastos que não atingem 1% do orçamento da OAB brasiliense. Morreu no meio do caminho, ao ser acusado de promover tese eleitoreira.

Evandro Pertence alternou bons e maus momentos. Ficou ancorado no nome do pai. Disse algumas barbaridades na visão dos advogados públicos, tal como que os advogados públicos federais sejam inscritos na OAB/DF. Em determinado momento, usou o termo “advogada de estirpe” e escancarou o elitismo e a desconexão com a realidade da advocacia. A impressão que fica é a de que não tem projeto próprio para a Ordem.

Thais Riedel foi um desastre. A advocacia pública federal rechaçou praticamente todas as suas falas. Como exemplo, ao ser perguntada sobre suposta perseguição ética correcional a advogados públicos federais, ela admitiu que perseguição ética é admissível. Ela leu um ‘discurso de improviso’, escrito a várias mão (inclusive com pitacos de odor de peixe morto em água estagnada). Perdeu-se em devaneios, a ponto de gaguejar e transmitir insegurança até para seus mais ferrenhos apoiadores.

Renata Amaral, apesar de ter contrariado os advogados públicos em vários momentos, mostrou firmeza e protagonizou os melhores momentos do debate ao confrontar Evandro (a famosa frase advogada de estirpe) e Campelo (proposta eleitoreira). Para muitos, será ela a candidata a ser batida por Délio.

Délio Lins e Silva Júnior, candidato à reeleição, teve uma participação à altura do cargo que ocupa. Respondeu a todas as perguntas de forma firme. Rebateu as fake news promovidas por Thaís Riedel. Uma delas – que mostrou que máscara mal pintada derrete com facilidade -, foi a de que foram realizados três desagravos, quando na realidade foram 33; Thaís teria atribuído a falha a erro de digitação do seu ‘discurso de improviso’, mas advogado, mesmo os que nunca foram à Holanda, sabe que água passada não move moinho. Délio não sentiu os ataques dos quatro candidatos que tentaram colocá-lo contra a parede. Inabalável, apresentou balancete favorável da gestão.

Essa é a análise oral e escrita que circula por aí. Se não houver uma tendência de caminho à esquerda, a expectativa é a de que os advogados continuem no rumo certo.

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