Curta nossa página


Não foi um mero depoimento

Delação premiada de Moro renderá em 2022

Publicado

Autor/Imagem:
Marta Nobre

O depoimento de Sérgio Moro na tarde e noite do sábado, 2, à Polícia Federal, assistido por procuradores da Procuradoria-Geral da República escolhidos a dedo por Augusto Aras, foi uma verdadeira bomba sobre atos do presidente Jair Bolsonaro que o ex-ministro da Justiça considera criminosos.

Nas palavras de um jurista bem situado nos meios políticos, o ex-juiz da Lava Jato não depôs. Ele fez, sim, uma delação premiada recheada com provas que vão desde a troca de mensagens, áudios e bilhetinhos não só do presidente, mas de outras autoridades que continuam confortavelmente instaladas em gabinetes do Palácio do Planalto e arredores.

As mais de nove horas de tudo o que se passou na sede da PF em Curitiba foram gravadas em vídeo. São três cópias. Uma dos federais, uma dos procuradores e uma terceira da própria defesa de Moro. A da PF vai parar nas mãos de Celso de Mello, o ministro do Supremo encarregado do inquérito para investigar as denúncias contra Bolsonaro.

A velocidade com que as apurações estão sendo encaminhadas está assustando o Palácio do Planalto. O próprio presidente já havia dito que a Justiça só é rápida quando age contra ele. O inquérito corre em segredo de Justiça. Mas, nos dizeres desse jurista, se alguém vazar no todo ou em parte o que foi gravado, o mandato de Bolsonaro será encurtado. E Moro colherá os frutos dessa delação em 2022.

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência Estadão, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.