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Disputa entre distritais será do tipo “à Câmara, o que é da Câmara…”

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Não tem outra conversa. A definição do nome do presidente da Câmara Legislativa e a composição do restante da Mesa Diretora para o biênio 2015-16, viraram assuntos nas rodas dos botecos políticos do Distrito Federal. E esse será o primeiro grande desafio do governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB).

Caberá a Rollemberg decidir se utilizará ou não o peso de sua “caneta” para interferir no processo que escolherá o novo mandatário do Legislativo brasiliense. Mas o exemplo deixado por seus antecessores deve servir de alerta para uma profunda reflexão a um estreante no executivo, por mais boa praça que seja.

Joaquim Roriz e José Roberto Arruda tentaram mandar e desmandar na Câmara. No entanto, sofreram revezes políticos históricos, como nas eleições que galgaram Fábio Barcelos e Leonardo Prudente para a presidência. Agnelo Queiroz, talvez tenha sido o governador com maior poder de influência sobre os distritais. Tanto, que não enfrentou praticamente oposição.

O governador petista sempre teve garantidos 21 votos de um total de 24 deputados eleitos. Mas, embora tenha garantido a eleição de gente da sua confiança, isso de nada adiantou. Tanto, que seu governo finda melancólico.

Rollemberg deve inaugurar uma nova forma de fazer política no DF, como ele mesmo propôs em sua campanha. Mas as opções até agora não demonstram isso. Apressadamente, conforme avaliam os próprios distritais, foi posta a candidatura de uma sua aliada, a deputada Celina Leão (PDT). Um gesto perigoso, que indicaria a tendência de a Câmara permanecer como um mero puxadinho do Palácio do Buriti.

Após as gestões de Alírio Neto e do ex-cabo Patrício, observa-se que política e polícia não são os melhores ingredientes para levar um deputado à presidência da Casa. Isso não impede, porém, que se aposte numa exceção. Nesse contexto, Dr. Michel (PP) estaria propenso a resgatar a imagem daquele Poder, mesmo sendo voz corrente no meio político que ele estaria propenso a desistir da disputa se sinalizarem sua ascensão ao Tribunal de Contas, como conselheiro.

Aliás, o ambicionado cargo de conselheiro tem sido sinônimo de calvário para o presidente Wasny de Roure (PT). Ele briga pela indicação, mas enfrenta resistência entre os próprios colegas petistas. Não que Wasny não seja visto com um perfil de conselheiro. O fato é que, se permanecer na Câmara, para cumprir mais um mandato outorgado pelo povo, ele estará contribuindo para resgatar a combalida imagem do PT, associado ao desastrado governo de Agnelo Queiroz.

No grupo dos presidenciáveis também são citados Joe Vale (PDT) e Robério Negreiros (PMDB). Joe tem experiência administrativa. Porém, o seu gene governista, que o fez agarrar em Agnelo, se desgrudando de vez do seu então chefe de coligação Rollemberg, enfraquece sua pretensão. E o governador eleito deve ter aprendido ao longo de sua vida pública que quem bate esquece, mas quem apanha, tem sempre a memória fresca. Já Robério surge com o apoio do vice-governador Tadeu Filippelli e o rescaldo do que serviu de base a Agnelo nos últimos quatro anos. Um nome, portanto, que não pode ser subestimado.

Em contrapartida, a nova legislatura oferece, além de nomes novos no cenário político local, como o do campeão de votos Júlio César (PRB) e do pastor Rodrigo Delmasso (PTN), o retorno do experiente Raimundo Ribeiro (PSDB). Ele tem a responsabilidade de segurar a bandeira tucana na capital da República, cuja população depositou nas urnas quase 70% de sua preferência, votando no candidato Aécio Neves.

Assim, não seria estranho cogitar a possibilidade de que Raimundo Ribeiro possa estar entre os postulantes com chances a ocupar a presidência da Câmara. Considerando os aspectos favoráveis a Ribeiro, pesam o apoio que seu partido ofereceu à candidatura de Rollemberg, e ainda, sua estreita relação com o deputado federal eleito Rogério Rosso (PSD), que por sua vez, deverá ser ouvido e respeitado pelo próximo governo.

Feitas essas observações, um lembrete: a população espera que o governador Rodrigo Rollemberg arregace as mangas e faça o que prometeu, ou seja, tomar conta do governo. Quanto ao Legislativo, imagina-se que a disputa deva ficar entre os próprios distritais. Ou, em outras palavras, à Câmara o que é da Câmara.

Felipe Meirelles

 

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