Doutora Madalena e Rosinha, a gerente da casa

Na aprazível Candeias, praia de Jaboatão dos Guararapes, no litoral sul de Pernambuco, onde resistem ruas de paralelepípedos e casas coloridas, vive uma figura tão peculiar quanto adorável: a Doutora Madalena. Não, ela não é uma médica renomada nem uma advogada famosa. Na verdade, a Doutora Madalena é uma senhora aposentada, dona de uma sabedoria que só a vivência proporciona e de um coração tão grande quanto o próprio sorriso que sempre estampa no rosto.

A rotina dela, que poderia parecer monótona para alguns, é um verdadeiro espetáculo aos olhos de quem a conhece. Todas as manhãs, após um café da manhã simples recheado com tapioca ao coco, mas cheio de afeto, Madá se dirige à sua pequena sala de estar, onde uma poltrona confortável espera por ela. É ali que a Doutora Madalena passa boa parte do dia, entre livros antigos, lembranças de viagens e um rádio que toca músicas que trazem à tona memórias de tempos passados.

Mas não pense que a vida da Doutora Madalena é solitária. Não, de forma alguma. Ela tem uma companheira fiel e imprescindível: Rosinha, sua secretária do lar. Rosinha é uma senhora igualmente amorosa e dedicada, com um jeito simples e um sorriso sempre presente nos lábios.

A relação entre Doutora Madalena e Rosinha é mais do que uma relação entre patroa e funcionária. É uma amizade que ultrapassa qualquer barreira de hierarquia. Rosinha não apenas cuida da casa com esmero, mas também cuida da Doutora Madalena como se fosse sua própria mãe. Ou, melhor dizendo, uma irmã mais velha. Entre os afazeres domésticos, elas compartilhavam histórias, risadas e até mesmo preocupações.

Havia algo de especial na maneira como Doutora Madalena e Rosinha se complementavam. Enquanto uma traz a sabedoria dos anos vividos, a outra apresenta a vitalidade e o cuidado do dia a dia. Juntas, formam uma dupla imbatível, pronta para enfrentar qualquer desafio que a vida lhes apresente.

E assim, entre as páginas dos livros que tanto ama e os afazeres cotidianos, Doutora Madalena e Rosinha constroem um presente cumplicidade, afeto e amizade. Uma história simples, talvez, mas tão rica em significado e em lições de vida que jamais será esquecida pelos que têm o privilégio de conhecê-las. O único problema de Rosinha é a timidez. Não se imagina vendo sua foto circulando em um portal de notícias. “Um dia, quem sabe – ela diz -, eu tope”.