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Morte de Lilian

‘Dr Bumbum’ tira da reta para jogar fabricante na fogueira

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Autor/Imagem:
Carolina Paiva

Ex-foragido da polícia, preso no Rio, na quinta, 19, o médico Dênis Doutor Bumbum Furtado – que teve seu registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal após a morte da bancária Lilian Calixto -, orientou sua defesa, literalmente, a jogar ‘merda no ventilador’. A estratégia é dividir responsabilidades com a MTC Medical, de Goiás, fabricante do produto Biossimetric, empregado em cirurgias reparatórias.

Esse, porém, parece não ser o melhor caminho a ser seguido. Os motivos são vários, mas dois se destacam. Primeiro: o produto possui registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária; segundo: o procedimento cirúrgico a que se submeteu Lilian é de alta complexidade, segundo portaria do Ministério da Saúde, e não poderia ser feito ‘em um apartamento de cobertura’.

É verdade que somente um laudo cadavérico poderá identificar o motivo que levou à morte da bancária. Contudo, querer dividir responsabilidades com a MTC Medical vai uma grande distância. A própria fabricante do Biossimetric manifestou-se logo após a prisão do Doutor Bumbum.

“O produto apresenta excelente biocompatibilidade com o organismo humano, sendo opção segura para preenchimento corporal e facial com fins estéticos ou reconstrutores (…) durante mais de treze anos, as complicações (quando registradas) ocorreram por erro técnico e não por intolerância aos componentes da fórmula”, garante a MTC Medical.

A empresa ainda alerta sobre as precauções a serem observadas por pacientes ao contratar os serviços médicos de preenchimento.

O produto é tão seguro, enfatiza a fabricante, que seu uso é chancelado por portaria do Ministério da Saúde que adquire grandes quantidades para readequações nos atributos dos procedimentos referentes às cirurgias reparadoras inclusive para pacientes portadores de HIV/Aids e para usuários com acesso à antirretrovirais. Esses pacientes sofrem de lipodistrofia, que é a alteração da distribuição da gordura subcutânea.

O tratamento reparador da lipodistrofia está dividido em duas classificações: o que compreende os procedimentos indicados para o tratamento cirúrgico reparador da lipohipertrofia da região do abdome, região mamária, dorso-cervical (giba), submandibular e para o tratamento cirúrgico reparador da lipoatrofia de glúteos e região perianal e da lipoatrofia facial; e, tratamento reparador da lipoatrofia facial, que compreende somente o preenchimento com polimetilmetacrilato (PMMA) na perda dos coxins gordurosos da face.

Os serviços que realizam o tratamento reparador de lipodistrofia, devem obrigatoriamente oferecer também o tratamento reparador de lipoatrofia facial. Todos esses serviços devem seguir o disposto estabelecido em diretrizes do Ministério da Saúde.

Vale lembrar que não há, até o momento, um tratamento curativo para as alterações morfológicas induzidas pela lipodistrofia. Várias estratégias, incluindo exercícios físicos, orientação nutricional, minimização da exposição aos antirretrovirais (retardo no início da terapia antirretroviral e mudança de medicamento) e tratamentos cirúrgicos, têm sido explorados com diversos graus de sucesso.

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