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Isolamento mata

Eduardo mente, engana e leva cutucada do Twitter

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Autor/Imagem:
Antônio Albuquerque, Edição

O deputado Flávio Bolsonaro foi repreendido publicamente pelo Twitter. O microblog colocou um aviso de “publicação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à Covid-19” em um post em que o filho do presidente da República fala sobre “lockdown” e distanciamento social. No texto, Eduardo afirma que “com as pessoas ficando em casa, a proliferação do coronavírus aumenta”.

“Lockdown é o oposto de distanciamento social. No lockdown as pessoas são condenadas a ficarem confinadas em casa, aumentando a proliferação do vírus”, diz a mensagem. A rede social não apagou o texto, mas colocou um aviso de que a mensagem viola as regras de publicação de informações enganosas.

Ouvido pelo jornal O Globo, o Twitter, foi determinado que o conteúdo pode ser de interesse público e, por conta disso, manteve o texto acessível. Não aparecem mais curtidas, retuítes e não é mais possível responder à mensagem.

Em março de 2020, Eduardo Bolsonaro publicou uma mensagem no Twitter, dizendo que a “culpa” pela crise do coronavírus é da China. A mensagem não foi apagada nem recebeu aviso pela rede social.

“Quem assistiu Chernobyl vai entender o q ocorreu. Substitua a usina nuclear pelo coronavírus e a ditadura soviética pela chinesa. […] +1 vez uma ditadura preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas q salvaria inúmeras vidas. […] A culpa é da China e liberdade seria a solução”, publicou Eduardo Bolsonaro.

O texto fez com que Rodrigo Maia (DEM-RJ), então presidente da Câmara, pedisse desculpas à China pela mensagem do deputado. O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, também repudiou a publicação do deputado e exigiu pedido de desculpas.

Posts do presidente apagados
Esta não foi a primeira vez que o Twitter agiu contra postagens dos Bolsonaro. Em março de 2020, tuítes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram apagados também por violação de regras relacionadas a conteúdos que envolviam a pandemia.

Na ocasião, foram tirados do ar posts que registravam um passeio de Bolsonaro em Brasília, que provocou aglomerações, e o posicionamento dele contra o isolamento social, defendido por autoridades de saúde do mundo inteiro.

Nas regras sobre remoção de conteúdo que envolva desinformação sobre a Covid-19, em texto de julho passado, a rede social aponta o que leva em conta ao considerar essa medida.

Podem ser alvos posts que:

a) reflitam não uma opinião, mas algo apontado como fato, e, entre os exemplos, o Twitter cita postagens que abordem supostas medidas preventivas contra a doença, tratamentos ou curas;

b) tenham sido apontados como falsos ou enganosos por especialistas no assunto, como autoridades de saúde pública;

c) possam causar danos se as pessoas acreditarem nessa informação, da forma como ela foi apresentada, podendo levar a uma maior exposição ao vírus ou afetar a capacidade do sistema de saúde de lidar com a pandemia, por exemplo.

A plataforma afirma ainda que, em vez de remover um post, poderá colocar um advertência no tuíte, nos casos em que o risco de dano seja menos grave, mas, ainda assim, possam confundir as pessoas. E que isso reduz a visibilidade da postagem.

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