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Enem deixa 8 milhões de alunos ansiosos. Exército guarda provas de 8 e 9

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Nas bancas de jornal, na internet, nas paradas de ônibus, as dicas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estão em toda parte. Daqui a uma semana, mais de 8 milhões de candidatos farão as provas. Sozinhos ou em grupo, os estudantes se preparam na reta final para o exame.

As provas estão sob a guarda do Exército e serão distribuídas nos locais de prova nos dias 6 e 7 de novembro. O exame tem 8,7 milhões de inscritos e será realizado em 1,7 mil cidades brasileiras nos dias 8 e 9.

Luzia Cardoso tem 44 anos e está no 3º ano do ensino médio. Ela voltou a estudar por causa do filho, Jerônimo Araújo, 22 anos, queria motivá-lo. Ambos estão inscritos no Enem e juntos também se preparam. Luzia leva para casa as dicas dadas pelos professores do Centro de Ensino Médio 1 do Paranoá, no Distrito Federal, e Jerônimo mostra o que aprendeu na apostila de exercícios que comprou.

“É a primeira vez que faço o Enem, estou apreensiva. Colhendo todos os dados que posso, pedindo ajuda aos professores”, conta Luzia. “Os meus irmãos todos têm faculdade. Eu quero cursar pedagogia ou psicologia, me dou bem na área, me interesso pelo comportamento das pessoas”, diz. Já o filho quer fazer curso de cinema.

Para Giovanna Simon, 18 anos, este será o terceiro Enem, sendo que o primeiro fez ainda no 2º ano. Ela terminou o ensino médio no ano passado e quer cursar medicina. Concilia o estudo para o exame com o curso de técnica de enfermagem. À noite, faz cursinho em Brasília. Chega em casa, estuda e faz os exercícios. “E durmo”, acrescenta.

Ela dividiu as matérias por semana e fez um plano de estudo.  A matéria preferida é biologia, ela conta que o quarto é coberto de fórmulas da disciplina nas paredes. “Vou refazer exercícios, algumas provas do Enem e a redação nessa última semana”, diz. No cursinho, com as amigas, Agatha Cristhy, 18 anos, e Bárbara Santana Rosa, 18 anos, troca dicas e opiniões, principalmente sobre redação. Esta semana foi Giovanna que decidiu o tema sobre o qual escreveriam: abastecimento de água.

“Querendo ou não, amigos quando se juntam para estudar sempre acabam falando de outra coisa, sempre têm algo para contar. Melhor cada uma estudar e depois a gente senta e troca opiniões. Redação funciona, a gente escolhe um tema, uma dá dica para outra”, explica Bárbara, que está cursando o 3º ano e também vai tentar uma vaga em medicina.

Agatha não esconde a ansiedade. “Está chegando! Não adianta falar que está preparada para o Enem, é preciso buscar mais conhecimento, mais dicas, buscar uma maneira de olhar para a prova e falar: eu vou conseguir passar”, diz. Além das aulas que tem na escola e no cursinho, a estudante busca na internet exercícios e videoaulas. O objetivo é conseguir ingressar no curso de engenharia civil.

Em Vitória (ES), Deborah Sabará recorre aos amigos. Ela é coordenadora de Políticas da Região Sudeste da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) e  coordenadora colegiada do Fórum estadual LGBT do Espírito Santo. Divide o tempo entre a militância e reuniões de preparação para o Enem, que duram de três a quatro horas, com amigos universitários. “Pedi ajuda, principalmente na redação. Não sou muito boa em redação, mas leio muito, vejo TV, tento acompanhar os fatos, acho que isso pode me ajudar”, diz.

Deborah quer cursar serviço social ou história. Ainda está em dúvida. Passar em uma universidade vai ser também ato de militância. “Travestis estão fora do processo escolar. Se eu fizer o Enem e passar ou qualquer outra passar, vai dar visibilidade e impulsionar outras pessoas a fazer”.

Mariana Tokarnia, ABr

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