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Sem sintomas

Enfartes em mulheres vêm sem aviso prévio

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Autor/Imagem:
Ludimila Honorato

As doenças cardiovasculares são as que mais matam homens e mulheres ao redor do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 17,9 milhões de pessoas morrem todos os anos devido a alguma complicação cardíaca ou de vasos sanguíneos — o equivalente a 31% de todas as mortes mundiais.

No caso do enfarte, um dos principais motivos de óbito, as mulheres correm um risco maior de morrer do que os homens. Além disso, os sintomas da doença são menos evidentes e elas podem nem perceber que estão sofrendo um ataque cardíaco.

Não é difícil imaginar os motivos que elevaram os casos de enfarte em mulheres. “Estudos mostram que são pela qualidade de vida que a mulher leva hoje: mudança no status, trabalhar mais, [exercer] obrigações que antes eram mais postas para os homens, jornada dupla. O homem não absorveu as atividades do lar na mesma proporcionalidade, e a mulher ficou mais sobrecarregada”, diz o cardiologista Hélio Castello, diretor do Grupo Angiocardio.

Esse cenário coloca a mulher em mais situações de estresse, favorece o aumento de peso, alimentação irregular e sono precário. “Uma mulher de 50 anos hoje tem mais risco de enfarte do que uma mulher da mesma idade 50 anos atrás”, acrescenta o médico.

De modo geral, quando se pensa nos fatores de risco, o especialista afirma que os homens são mais propensos ao enfarte quase a vida inteira. A mulher tem certa proteção durante o período fértil devido à produção hormonal, mas isso ocorre só até a menopausa. A partir daí, pela queda de hormônios, o risco aumenta e se aproxima mais ao do homem.

A Federação Mundial do Coração afirma que as doenças cardiovasculares são a causa número um de morte entre mulheres, com mais de dois milhões de óbitos prematuros por ano e um terço de todas as mortes entre o sexo feminino. Os ataques cardíacos, segundo a instituição, tiram a vida de 3,3 milhões de mulheres todos os anos. Além disso, elas são mais propensas do que eles a se tornarem deficientes após um derrame (acidente vascular cerebral).

Parte da explicação para as mulheres sofrerem mais com enfarte do que os homens está na fisiologia. Segundo Castello, as artérias coronárias delas têm um calibre menor do que as do homem, o que facilita entupir e dificulta desentupir. Outro fator é que os sintomas do enfarte nelas são mais discretos e diferentes dos sentidos pelos homens. Com isso, elas demoram mais para ir ao médico por não saberem que estão tendo um ataque cardíaco.

“Não se sabe se elas são mais resistentes à dor e se queixam menos, mas, de modo geral, os sintomas não são tão clássicos”, diz o cardiologista. “O homem, geralmente, tem dor forte no peito, que vai para as costas e braço esquerdo, além de ter sudorese. Na mulher, esses sintomas, por relato, são menos intensos”, completa. Dor de estômago, cansaço excessivo sem causa aparente, enjoo e mal-estar geral podem ser sinais de enfarte no grupo feminino.

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